Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

06 nov

2022 livrou Goiás, finalmente, de 1998

Em uma das eleições mais inesperadas e originais da história de Goiás, talvez a número um, Marconi Perillo derrotou o todopoderoso Iris Rezende em 1998, um resultado no qual nem ele mesmo acreditava em qualquer momento daquele pleito.

Isso criou uma jurisprudência enganosa e torta na política estadual: a partir dali qualquer um poderia, em qualquer disputa, desafiar as tendências dominantes e até mesmo a lógica, disputar e vencer. Exemplos recentes, sem querer desmerecer ninguém: Daniel Vilela, jovem demais em 2018, e Gustavo Mendanha, excessivamente despreparado em 2022. ambos atrás de reeditar o Marconi de 1998.

Mas o próprio Marconi, que criou o precedente, ironicamente foi quem destruiu em definitivo a mística da ousadia que deu arrancada à sua espetacular carreira de governador por quatro mandatos. Candidatou-se ao Senado, dizendo, ele mesmo, que a sua característica era a audácia e por um breve momento deu a impressão de se sairia bem de novo, contra todos os prognósticos. Perdeu e provavelmente encerrou essa estória de que, para concorrer a mandatos majoritários, basta ter coragem, pelo menos em Goiás. Daqui em diante, 1998 não servirá mais de estímulo para aventuras eleitorais sem base ou razão de ser.