O preço do apoio de Lincoln Tejota, que Bruno Peixoto não vai pagar
Uma situação no mínimo estranha ocorre na Assembleia: a 10 dias do início da próxima Legislatura, 40 deputados estão fechados com Bruno Peixoto para a presidência, enquanto apenas um – Lincoln Tejota – resiste solitariamente contra.
Diante de um desequilíbrio de forças dessa proporção, é de se perguntar: qual a pretensão do único deputado que não anunciou voto em Bruno, até agora? Tentar abrir uma dissidência, conseguir algum apoio e se candidatar a presidente? Nem pensar. Fortalecer o seu cacife para ganhar algo acima dos colegas no chamado “pacto” de poder da Assembleia, isto é, a divisão de cargos e outras vantagens tradicionalmente realizada entre o chefe do Legislativo e os pares que ajudaram na sua ascensão? Mais improvável ainda.
Não há ameaça possível a Bruno Peixoto a partir de um só parlamentar. Caso houvesse 10, 15, qualquer número minimamente expressivo de colegas alinhados com Lincoln, vá lá. Mas não há ninguém. É ele só. Porém, mais espantoso em tudo isso é o preço cobrado por Tejotinha para compor com a maioria esmagadora hoje a postos para eleger o novo presidente: a vice-presidência (mesmo com o tremendo inconveniente de que ele e Bruno são do mesmo partido, o União Brasil) e 50% da administração da Casa, quem sabe acreditando que por ter sido vice-governador a sua importância é maior que a dos demais.
Este blog já repetiu várias vezes: na Assembleia, cada deputado conta um voto. E pronto. Não adianta ter sido isso ou aquilo. Exigir metade da gestão para dar unanimidade a Bruno Peixoto é sonho de uma noite de verão.