O papel de bufão de circo de Gayer na posse na Câmara Federal, vergonha para Goiás
A representação parlamentar federal de Goiás sempre foi de alto nível. Até o excêntrico Jorge Kajuru, ao se tornar senador, assumiu um comportamento sério, moderado e responsável. No geral, quem passou pelo Congresso, em nome do Estado, sempre procurou honrar a camisa das goianas e dos goianos.
Bem, pelo menos até agora. A bancada eleita em 2022 conta com uma subcelebridade exótica, para não dizer destrambelhada: Gustavo Gayer. Ele foi muito bem votado, encarnando o que de pior existe no bolsonarismo e na extrema direita. Na diplomação, perante os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, arrancou o seu diploma das mãos de um deles e foi embora com gritos incompreensíveis. Era de se esperar, portanto, o papelão que protagonizou na sua própria posse na Câmara Federal.
Gayer se juntou a um grupelho barulhento de velhos e novos deputados identificados pela infantilidade política. Vestiu-se de palhaço, pregando, nas costas, um cartaz onde se lia “Fora, ladrão”, sob uma mão sem o dedo mindinho. Em vídeos postados nas redes sociais, apareceu gritando a pleno pulmões slogans manjados, no plenário, tipo “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Isso sem contar outras bizarrices, ainda mais ridículas, que correspondem a um estágio ideológico primário, seguramente capazes de isolar o rapaz como uma figura folclórica entre os seus pares no Congresso Nacional – mesmo entre oposicionistas ao governo Lula, área em que as cabeças mais lúcidas vão procurar criar bases consistentes de atuação, em termos de direita esclarecida.
Esse é um filme triste que Goiás nunca viu antes: um deputado eleito com 200 mil votos que, pelo visto, não vão servir para nada, atuando como um bufão de circo. No lugar errado. Preocupado com posts e likes nas redes sociais e pouco se lixando para a política real. As goianas e os goianos não merecem.