Acordo Caiado-Mendanha é questão de (pouco) tempo e alguma coreografia
Revelada por este blog em primeiríssima mão, a aproximação entre o governador Ronaldo Caiado e o seu principal adversário na eleição passada, o ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, caminha a passos acelerados e deve se tornar realidade em algum momento nas próximas semanas. Enquanto isso, ambos, tanto o governador quanto o ex-prefeito, executarão a coreografia necessária para introduzir estrategicamente no tabuleiro político do Estado as novas peças a saltar da composição entre os dois.
Desde a reeleição, Caiado já falou no mínimo seis vezes com Mendanha, entre telefonemas e eventos solenes, sempre em tom formal, civilizado acima de tudo. Claro, em nenhum momento houve abordagens políticas. A troca de sinais positivos, no entanto, esteve implícita em todas as ocasiões.
O acordo entre os adversários de 2022 é tão revolucionário e impactante quanto o dos antagonistas de 2018, que extrapolou em matéria de potencial e colocou Daniel Vilela na vice da chapa liderada por Caiado no ano passado e, mais ainda, como candidato certo ao governo do Estado em 2026.
Em política, grandes movimentos e manobras em profundidade exigem preparação prévia e o cumprimento de etapas muito bem estudadas, preservando-se ao máximo as personagens envolvidas. É o que já está acontecendo quanto a Caiado e Mendanha: interlocutores e apoiadores articulam de lado a lado, dentre eles o prefeito de Aparecida Vilmar Mariano e o deputado estadual Veter Martins. Há ganhos para todos.
O mais importante: Caiado quer, Mendanha também. Há lucros para um e para outro. Para Caiado, a formação de uma futura frente de oposição fica esvaziada. Para Mendanha, trata-se da recolocação da carreira nos trilhos, integrando o mais poderoso grupo da política estadual. Quando é assim, ou seja, quando há vontade manifesta nesse nível de interesse mútuo, as coisas tendem a se resolver rapidamente.