Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

17 mar

Inventário e gestão da herança vão tirar Ana Paula Rezende da eleição em Goiânia

Certas coisas, na vida, são incontornáveis. Uma delas: o casal Iris deixou bens de valor considerável como herança, a requisitar atenção meticulosa para a sua conservação. Ou seja: em sua maior parte, fazendas enormes, muito gado e todo o aparato decorrente. Não é para amadores e carece de ser acompanhado de perto pela única pessoa que domina todas as nuances desse patrimônio, já que há anos e anos cuidava de tudo em nome do pai.

Ana Paula não tem como escapar a essa responsabilidade. Nem, é claro, deseja isso. O problema é que, se enveredar pela política, corre o risco de comprometer os cuidados necessários para a manutenção em dia desse precioso espólio. Daí que, no MDB, embora ninguém diga em voz alta, existe a sensação de que ela não vai disputar a prefeitura de Goiânia no ano vindouro.

Até mesmo para ser inventariado, o legado de Iris-Iris demanda tempo e empenho. As despesas são enormes. O papelório, indescritível. Uma burocracia sem fim. Exige-se dedicação. Pode não haver sentido em dar prioridade a outros assuntos, como uma campanha eleitoral. A rigor, Ana Paula seria obrigada a martelar o seu nome desde já, com uma agenda bem definida de compromissos para se tornar mais conhecida. E desviar o foco do que interessa à família, enfim.

Dizem que, no antigo escritório de Iris, ela dá sinais positivos ao receber prefeitos, lideranças, amigos históricos paternos e maternos e sobretudo a velha guarda emedebista, todos sonhando com a sua disposição para correr atrás da cadeira número um do Paço Municipal. Mas parece difícil, pelo menos por enquanto. É fato: candidatura tem um inacreditável potencial de sucesso. A memória do mais longevo político da história de Goiás permanece viva, ainda mais em Goiânia.