Vanderlan: “Quem disse que sou candidato a prefeito de Goiânia?”
O senador Vanderlan Cardoso não fala sobre a sua candidatura a prefeito de Goiânia. Não se sabe se será. Em fevereiro, foi procurado pelo deputado federal Gustavo Gayer, que lhe ofereceu apoio em troca do voto em Rogério Marinho para a presidência do Senado. Resposta: “E quem disse que sou candidato?”. Na sequência, ajudou Rodrigo Pacheco a se eleger e ganhou a presidência da segunda comissão mais importante da Casa, a de Assuntos Econômicos – aliás merecidamente. Ali, como vice-presidente, já vinha tendo uma intensa e destacada atuação.
Imagina-se que Vanderlan tem boas chances quanto ao Paço Municipal. Enfrentou portentos como Iris Rezende e Maguito Vilela, nos últimos pleitos, perdeu, porém nas duas vezes se habilitou ao 2º turno. É inquestionável o seu recall, ou seja, a lembrança do seu nome entre o eleitorado da capital, bem como a visão de que, sendo bem-sucedido como empresário, tem como ponto positivo o perfil gerencial demandado para a gestão da capital. Seria sem dúvida alguma um candidato competitivo.
Mais: um provável vencedor se contasse com o apoio do governador Ronaldo Caiado, quem sabe o cabo eleitoral de maior peso em Goiânia. Em 2022, Caiado teve 44% dos votos das goianienses e dos goianienses. Vanderlan teve Caiado ao seu lado contra Maguito, em 2020, só que não retribuiu quando o governador buscou a renovação do mandato. Por isso, não poderá contar com essa ajuda, de jeito nenhum.
Há ainda a questão dos bolsonaristas, que parecem constituir a maioria do eleitorado na região metropolitana. Vanderlan deu respaldo a Jair Bolsonaro no Senado, porém sem se queimar. Não foi tão longe quanto outros radicais. Daí o inevitável: é visto com desconfiança entre o chamado “gado”, para os quais só servem extremistas.
Se Gustavo Gayer disputar a prefeitura, parte considerável dos fanáticos pelo ex-presidente fica com ele. Em um eventual 2º turno, Gayer fora, retornariam para o senador. Mas, hoje, não há certeza se Vanderlan se candidatará. Movimentos seus sugerem que levantou a mira e passou a focar o Palácio das Esmeraldas em 2026. Rompeu com Caiado por discordar da designação prévia do vice Daniel Vilela como o nome irrecorrível da base aliada para a próxima sucessão. O governo do Estado, portanto, pode ser o seu objetivo e não Goiânia.