Com a esposa juíza em Anápolis, Vitor Hugo tentará voltar com candidatura a prefeito
O esforço do ex-deputado federal e ex-candidato derrotado a governador Major Vitor Hugo para deixar de ser um estranho no ninho em Goiás ganhou um socorro extra: sua esposa, a juíza estadual Flávia Morais Nagato de Araújo Almeida(foto), acaba de ser removida para a comarca de Anápolis. Não, isso não tem nada a ver com política. Depois de passar nove anos atuando em Luziânia, no Entorno de Brasília, ela recebeu nova designação por critérios absolutamente técnicos.
Mas é inegável que pode haver repercussão na eleição municipal do ano vindouro. Juízes são obrigados a residir nas comarcas onde judicam. É de se presumir que o marido se mudará junto, apesar de ter retornado ao trabalho como consultor legislativo da Câmara Federal, em Brasília. O Major tem emitido sinais de interesse em uma nova candidatura em 2026, oscilando entre as prefeituras de Goiânia e Anápolis. Ambas as cidades são de maioria bolsonarista, conforme as urnas do ano passado. Anápolis, no entanto, é um caso exacerbado: lá, Bolsonaro teve quase 70% dos votos, enquanto Lula não passou de 27% (resultados do 2º turno).
Vitor Hugo se deu relativamente bem em Anápolis: faturou o 2º lugar, com números bem superiores (beirou os 30%) aos de Gustavo Mendanha. O governador Ronaldo Caiado venceu fácil, com 52%, índice embalado pelo fato de ser anapolino de nascença. A análise desses dados indica que, sim, o Major tem viabilidade politicamente fundamentada na cidade, muito mais que em Goiânia.
A favor, um cenário aberto: o prefeito Roberto Naves não conseguiu produzir até agora um nome de peso para a sua sucessão. Provavelmente, na reta final, escolherá um poste qualquer ou se adequará a um dos candidatos que começam a se apresentar, como o suplente de deputado federal Márcio Correa (30 mil votos em 2022). Ou, quem sabe, ao próprio Major Vitor Hugo. Mas é cedo para definições.