Daniel na cova dos leões: vice se prepara para 2026 com base em perfil agregador
A disputa pelo governo é a mais ferrenha e sangrenta em qualquer um dos Estados brasileiros. Uma briga de leões. Afinal, o que está em jogo tem um valor simplesmente incomensurável: muito poder. É por isso, desde já, quatro anos antes, que a eleição de 2026 já entrou no radar da classe política goiana, prioritariamente. O interesse é maior até que o pleito próximo, o municipal. Esse, carece de importância estadualmente analisando.
Um parêntese explicativo: em 2018, Ronaldo Caiado foi eleito com o apoio de meia dúzia de prefeitos. Em 1998, Marconi Perillo idem, embora com 33. Isso em um Estado com 246 municípios. Prefeitos ajudam? Sim, porém não são decisivos. Caiado, na reeleição, em 2022, teve 240 deles ao seu lado. Influenciaram? Discutir a resposta é perda de tempo. Um postulante sério deve pegar quantos puder e pronto. Fecha parêntese.
Para 2026, certa e irreversível é a candidatura do vice-governador Daniel Vilela. Nesse sentido, a interinidade do momento como titular da governadoria mostra o estilo e o caminho a vai seguir daqui até lá. Diz-se: jovens são afoitos e impulsivos. Daniel demonstra o contrário: agregador, preferindo ouvir em vez de falar, tolerante e cordial ao extremo. A cada dia, como substituto temporário de Caiado, amanhece em uma região diferente. Anda incansavelmente pelo Estado afora. Comunica isso e sinaliza, óbvio, empenho em se preparar.
Não há ainda nenhum adversário para Daniel Vilela, anunciou a intenção de entrar na corrida, mera e inconsequente bravata. E ponto. Não existem antagonistas, por ora, a verdade é essa. A estrada para 2026 está liberada para Daniel. Ele mesmo é o seu próprio adversário e, portanto, precisa evitar de erros na sua caminhada. O fato de estar isolado no páreo transmite a necessidade de maiores cuidados e responsabilidades. Ele está consciente.
Se apresentar para governador é um desafio e tanto. Maguito Vilela disse um dia ao autor deste blog, já encastelado no Palácio das Esmeraldas, que “só Deus sabia ao que havia se submetido para chegar à vitória”. Não era um lamento. Antes, uma manifestação de humildade. E o reconhecimento do pragmatismo indispensável à política. Um governador, sob certo ponto de vista, pode tudo. Um candidato, quase nada. Deve ser moldável, no limite das possibilidades. É a sina de Daniel Vilela e ele vai bem. Venhamos e convenhamos, foi traído por Gustavo Mendanha e agora o engole de braços abertos. Se quiser se transformar em governador, a melhor estratégia é seguir a experiência e os ensinamentos do seu pai. Conciliar o quanto puder e esquecer o passado.