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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

19 nov

Vantagem extra da candidatura de Bruno Peixoto é esvaziar Vanderlan

Os dois principais nomes da base do governador Ronaldo Caiado para disputar a prefeitura de Goiânia em 2024 são o presidente da Assembleia Bruno Peixoto e o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, este “lançado” pelo próprio Caiado. Em cada um dos dois pré-candidatos há naturalmente pontos positivos e negativos, porém, quanto a Bruno Peixoto, existe uma coleção de vantagens, uma das quais garantindo um valor extra para ampliar as chances de uma vitória na capital: o esvaziamento das pretensões do senador Vanderlan Cardoso.

 

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Bruno Peixoto reúne disparadamente mais apoio orgânico que Jânio Darrot. Muito mais. Ele já está “construído”. Atrai a maioria dos deputados estaduais, inclusive os dois do PSD, partido de Vanderlan. Imanta um naco considerável da Câmara Municipal. E um exército de lideranças de bairro, o grosso das militâncias católica e evangélica, uma tropa de 4 mil funcionários da Assembleia, tudo isso sem falar no seu inquebrantável histórico de fidelidade ao governador Ronaldo Caiado, acima de qualquer suspeita. Jânio não tem nada parecido com isso. Até ontem, estava em partidos adversários. Se for solto sem celular em um bairro distante, terá dificuldades para voltar ao centro. Como candidato em Goiânia, terá que começar a sua caminhada quilômetros atrás de Bruno, partindo do zero.

Inclusive nas pesquisas, nas quais, como se viu no último levantamento do instituto Serpes, o presidente da Assembleia já beira os 12%. Não é só e agora é que vem o principal: a candidatura de Bruno Peixoto inclui também um bônus extra. Com esse largo e amplo espectro de apoio espontâneo, ele impede a criação de uma base sólida para o lançamento do senador Vanderlan Cardoso para disputar o Paço Municipal. Deixa Vanderlan na tanga, em matéria de respaldo político. Sem ter a quem recorrer, sem margem para articular e se movimentar. O senador não contará sequer com o PSD, seu partido. As lideranças da legenda não hesitariam um segundo para abrir uma dissidência e se engajar na campanha de Bruno.

Bruno Peixoto é o único postulante em Goiânia a se mexer, com os seus “panelões” mobilizatórios. Todos os demais candidatos estão paralisados. O prefeito Rogério Cruz, de fato, chega a aparecer um pouco, em razão do cargo e da exposição institucional inerente. Mas junto vem o fardo negativo. Não à toa, o deputado José Nelto acha que o presidente da Assembleia deve persistir na intenção de concorrer e aguardar o reposicionamento de Caiado, que ele, Nelto, acredita ser inevitável depois de comprovada a inviabilidade de Jânio Darrot e visto com clareza o risco representado por uma derrota no maior colégio eleitoral do Estado, ainda mais se o PT levar. “Aí”, diz Nelto, “vai custar caro para todos nós da base aliada. O Bruno Peixoto tem cacife para evitar a formação desse buraco negro”.