Aparecida: Prof. Alcides se beneficia da inércia de Vilmarzim
Não há novidades no front político de Aparecida. Em ano de eleições municipais, os 2 principais candidatos – o deputado federal Prof. Alcides, do PL, e o prefeito Vilmar Mariano, do MDB – lideram as pesquisas, com um detalhe de fundamental importância: a frente de Alcides é significativa, chegando, em levantamentos publicadas no final do ano passado, até a 3 vezes mais a pontuação de Vilmarzim, como o prefeito é conhecido em razão da sua baixa estatura.
O tempo passa, encurtando o prazo até as urnas do 6 de outubro vindouro. Nada muda em Aparecida. Impressiona é a falta de reação de Vilmarzim e a ilusória esperança em uma milagrosa reeleição produzida mais pelos aguardados erros do adversário, repetindo o fracasso das 2 campanhas anteriores, e menos pelos méritos do candidato que hoje está no poder, porém pouco se aproveita disso para ganhar visibilidade e impressionar positivamente o eleitorado aparecidense. Pior: não se nota entusiasmo com a sua recondução a mais um mandato nem mesmo entre os seus secretários – e olhe, leitoras e leitoras, são mais de 30, número recorde nacionalmente falando (São Paulo, infinitamente maior que Aparecida, tem 21 pastas).
Prof. Alcides também não se mexe. A diferença, no seu caso, são os benefícios oriundos da inércia que tomou conta do processo eleitoral no 2º maior município do Estado, desde que o prefeito abriu mão de comandar o processo pré-eleitoral em decorrência da natural capacidade de iniciativa conferida pelo cargo. O Prof. espera. Está bem armado, contando com um trunfo arrasador: não só o apoio, como a anunciada disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro para vir a Aparecida quantas vezes se fizer necessário para pedir votos para um apadrinhado com o qual inequivocamente mantém relações estreitas.
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Vilmarzim parece ter desistido do exercício das vantagens inerentes ao controle da prefeitura. É a impressão generalizada. A sua confiança está exclusivamente depositada no efeito decisivo a sobrevir do aval do antecessor Gustavo Mendanha, do vice Daniel Vilela e do governador Ronaldo Caiado. Isso é frágil ao extremo. E Mendanha nunca mostrou entusiasmo com esse papel. Nem sequer apareceu em um recente aniversário de Vilmarzim. Caiado e Daniel também não foram. A festa foi fria e sem graça. E, óbvio, tremendamente preocupante.
Estrategicamente, Prof. Alcides tem repetido entender o posicionamento de Caiado a favor do seu antagonista, mas assegura desde já que, eleito, estará aberto a um bom relacionamento com o governador. É um sinal inteligente, destinado a prevenir radicalizações na campanha e a mostrar que a disputa com Vilmar Mariano é municipal, sem desdobramentos estaduais, após o seu desfecho. Um compromisso prévio. A estrada está livre para o reitor da Universidade Alfredo Nasser.