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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 mar

Reviravoltas se sucedem em Aparecida, na reta final para as definições eleitorais

A política em Aparecida entrou em um grau elevado de fervura. As articulações de bastidores e o irrompimento de fatos surpreendentes forçam alterações quase diárias no desenho do cenário eleitoral deste ano, ainda mais com a aproximação do dia 5 de abril – data máxima para as mudanças de domicílio eleitoral e de filiação partidária dos candidatos a prefeito.

Pela oposição, está 100% lançado o deputado Prof. Alcides, encabeçando uma coligação formada pelo PL, Republicanos, Podemos, Mobiliza, DC e Avante, pelo menos até agora. A essa aliança, deve se juntar nos próximos dias o PSD, com direito a indicar o vice na chapa de Alcides, nesse caso o ex-deputado estadual e atual diretor da Assembleia Legislativa Max Menezes, filho do ex-prefeito Ademir Menezes. Esse, aliás, está confirmado como coordenador geral da campanha.

Do outro lado, a base do governador Ronaldo Caiado rachou – e sem volta. O prefeito Vilmar Mariano vai deixar o MDB e buscar a reeleição por uma nova legenda. Ele conversa com o PT e com o Podemos. Sua preferência já foi o Podemos, vinculado hoje em Goiás ao deputado federal Glaustin Fokus e ao pastor Oídes do Carmo. O receio de Vilmarzim é levar uma rasteira lá na frente, com o partido retirando a sustentação para a sua candidatura em razão de uma infinidade de fatores, dentre os quais o contato estreito com a base governista tanto de Glaustin quanto de Oídes é a principal fonte de preocupação.

Daí, a cogitação de Vilmar Mariano pelo PT. Cresceu, nas últimas horas, a movimentação nesse sentido. Um dos interlocutores é Adriano Mantovani, atual secretário de Relações Institucionais da prefeitura de Aparecida, que rapidamente envolveu o comando estadual petista nas conversações ao colocar Vilmarzim na mesa com a deputada federal Adriana Accorsi e o deputado federal Rubens Otoni.

Enquanto isso, Gustavo Mendanha, o maior cabo eleitoral do município (ninguém contesta), eliminou completamente a hipótese de apoio a Vilmarzim. Além dos famosos “compromissos” não cumpridos pelo seu sucessor, e poucos sabem quais seriam, passou a dizer também que sua mulher, Mayara Mendanha, rejeita fervorosamente o alinhamento com a reeleição do prefeito. Caiado e o vice-governador Daniel Vilela, abastecidos com pesquisas mostrando a imobilidade de Vilmar Mariano e a sua baixa aprovação, ficaram com Mendanha. O nome de consenso entre eles é o do ex-deputado federal e atual diretor de Operações do Detran Leandro Vilela. Mendanha chegou a tirar do bolso do colete o secretário municipal de Saúde Alessandro Magalhães, alegando que se trataria de uma renovação com potencial de crescimento. Não colou. Timidamente, mencionou o ex-deputado federal e delegado de polícia João Campos, candidato derrotado ao Senado na sua chapa, em 2022. Também não avançou.

 

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Importante: Caiado pessoalmente já fez um apelo para que Leandro Vilela aceite a “missão”. As apostas são no sentido de que o sobrinho de Maguito Vilela vai topar a parada, com base em trunfos poderosos: o sobrenome muito bem recebido em Aparecida e a presença do governador, do vice e de Mendanha no seu palanque. Não é pouca coisa. Uma informação final: por fora, corre o deputado estadual Veter Martins, supostamente encabeçando um arrastão para que o candidato da base governista em Aparecida seja alguém de lá. Como trunfos, Veter reconciliou-se com Mendanha e garante que tem chances de convencer Vilmar Mariano a desistir em seu favor.