Cenário consolidado: Adriana no 2º turno contra Vanderlan ou Mabel
Cresce a impressão de que o cenário das eleições municipais deste ano está consolidado em Goiânia: a candidata do PT Adriana Accorsi parece estar posicionada um pouco acima do antipetismo característico do eleitorado da capital e caminha para disputar o inevitável 2º turno com Vanderlan Cardoso, do PSD, e Sandro Mabel, representante da base governista. Atenção: impulsionado pelo prestígio do governador Ronaldo Caiado, Mabel está escalando as pesquisas e pode surpreender chegando em 1º lugar nas urnas de 6 de outubro.
Fora daí, muito pouco ou quase nada pode acontecer. Há uma convergência de opiniões quanto a fragilidade do projeto de Vanderlan Cardoso, passando por um verdadeiro calvário por não dispor de uma agenda mínima de campanha. Nunca se viu um pretendente tão isolado em uma disputa pelo Paço Municipal. Sem saída, ou sem ter aonde ir, só resta a Vanderlan repetir os clichês usuais daqueles que concorrem como cavaleiros solitários em uma eleição: o melhor aliado é o povo, a vantagem de não ser apoiado por partidos é não ser obrigado a compromissos em caso de vitória e demais desculpas esfarrapadas aplicáveis nessa situação.
O índice do senador, na pesquisa Serpes, foi de 20%, comprovando fôlego e possibilidades de classificação para o 2º turno. O problema é que um pleito em uma capital com mais de 1 milhão de eleitoras e eleitores é dinâmico ao extremo e não costuma se fixar em números estáticos de intenções de voto. É uma corrida heraclitiana, em potencial evolução, como o rio das águas em perpétua mutação do filósofo grego. Vanderlan, absolutamente, não está seguro na sua atual e eventual posição. Imaginem só se tivesse um apoio como o de Caiado, transformado como cabo eleitoral de influência pelos seus 86% de aprovação popular?
De qualquer forma, a dialética de competição eleitoral em Goiânia a vantagem de Adriana Accorsi é enorme. Por ora, o aclamado perfil conservador reconhecidamente majoritário por esse Goiás afora ainda não afetou as suas chances, se é que vai. Talvez por ser mulher, pelo currículo de delegada da Polícia Civil e mais ainda por se tratar de uma liderança autêntica, sincera e reconhecidamente dotada de boas intenções, acima das paixões políticas. Mas não é conveniente minimizar o efeito negativo irradiado pelo partido a que ela está acorrentada, com um Lula amigo de ditadores fazendo uma gestão destemperada e elogiada apenas pelos convertidos.
Quanto a Mabel, está numa boa. O motor que acelera o seu embalo nas pesquisas é Caiado e tende a mostrar mais força a cada dia na medida em que o governador ressalta o seu envolvimento como o supremo avalista de um candidato, de resto, ostensivamente superior em capacidade de mobilização dentre todos os aspirantes ao trono do alto do Park Lozandes. Mabel anda muito, trabalha muito, circula muito. É, de longe, o que tem mais visibilidade. E, mais uma vez lembrando, tem Caiado, hoje a única variável que pode mudar as expectativas em Goiânia, dentro da hipótese de funcionar como o trampolim para alçar o seu nome abençoado às alturas.
LEIA AINDA
Aprovação elevada abre caminho para Caiado quebrar o tabu em Goiânia