Desafio de Caiado, agora, é reverter os 63% de desconhecimento pelo país afora
O jogo da sucessão presidencial, para o governador Ronaldo Caiado, está mais do que claro: a dificuldade a vencer é reverter o desconhecimento sobre o seu nome e sobre os seus projetos que as pesquisas dizem alcançar 63% do eleitorado nacional. Veio daí, conforme o próprio Caiado explicou, a decisão de antecipar o lançamento da sua pré-candidatura, criando a oportunidade de viajar pelas cidades de significativa concentração urbana e investir na pregação política e ideológica a tempo de ampliar e melhorar o cacife para disputar as eleições de outubro de 2026 para o Palácio do Planalto.
Tudo sobre Caiado já está na mesa da opinião pública, pelo menos nos segmentos já familiarizados com ele: a biografia limpa, o governo bem-sucedido em Goiás, o êxito inconteste ao implantar a melhor estratégia de segurança e de combate ao crime dentre todos os Estados, o preparo pessoal, a experiência política e, finalmente, o respeito com que é tratado pela grande mídia. Com o lançamento da pré-candidatura a presidente na última sexta, 4, no evento de Salvador (Bahia), o governador goiano simplesmente se liberou para levar esse capital às últimas consequências, quais sejam informar a população sobre as suas intenções e, para isso, percorrer o país em busca de exposição e visibilidade.
Essa meta está longe de ser uma missão impossível. Para começar, a movimentação de Caiado chama a atenção da imprensa e das mídias sociais. Tudo o que ele fala e faz recebe boa cobertura e ganha manchetes. Um exemplo foi o último fim de semana: depois de centenas de citações pelo lançamento não à toa realizado no terreiro baiano do PT, ainda veio a repercussão oriunda da participação na manifestação pró-anistia em São Paulo, no domingo, quando recebeu afagos nada mais nada menos que do ex-presidente Jair Bolsonaro e se alinhou definitivamente entre os quatro governadores considerados viáveis para representar a direita em 2026 – Tarcísio Freitas, de São Paulo; Ratinho Jr., do Paraná; Romeu Zema, de Minas Gerais: e ele, colocando Goiás pela primeira vez na história com um filho presente no estreitíssimo funil que leva à chefia da nação.
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Presidência da República é mais destino e menos vontade individual ou política. Mas é também uma corrida com escassos competidores a serem levados a sério. Caiado cumpre o seu papel se colocando na estrada para o trono de Brasília equipado com as suas vantagens comparativas, extraordinárias, porém pressionado pelo desafio de superar a baixa penetração entre as brasileiras e os brasileiros exatamente porque desponta de um Estado periférico – mesmo tendo se transformado em exemplo de gestão pública e acerto fiscal e administrativo. Repetindo: todas as preliminares são favoráveis, faltando apenas atender à exigência de maior difusão da imagem e do conteúdo sintetizado na fórmula Ronaldo Caiado – o primeiro pré-candidato a se lançar, exatamente de olho em mais tempo para o seu proselitismo.