Lúcia Vânia diz a O Popular que só será candidata “se o povo quiser” e que “as pesquisas mostram que o povo quer”. As mesmas pesquisas que dizem igualmente que “o povo também quer” Demóstenes
Enquanto Demóstenes Torres vara o Estado em campanha pela segunda vaga ao Senado na chapa governista, Lúcia Vânia diz neste domingo a O Popular que não é candidata, que não tem tempo para a política e que só disputará a reeleição “se o povo quiser”.
Segundo ela, “o povo quer” porque o nome dela aparece bem nas pesquisas. Problema: o nome de Demóstenes Torres também se sai muito bem nas pesquisas, próximo dos índices de Lúcia Vânia, o que, pelo critério da senadora, significaria que “o povo também quer” a candidatura de Demóstenes – na base governista, só existe uma vaga disponível para o Senado.
O argumento de Lúcia Vânia parece coisa de Iris Rezende. Lembra o antiquado discurso do velho cacique: deve tudo ao povo, sendo que, convocado por esse mesmo povo, não poderia se omitir nunca e por isso sempre é candidato ao cargo do momento.
A entrevista da senadora a O Popular é um primor de pesporrência. “Não estou disputando nada com ninguém”, esnoba, ao ser perguntada sobre a fatídica segunda vaga ao Senado na chapa governista. “Quem me colocou como candidata foram as pesquisas”, acrescenta, esquecendo-se, mais uma vez de que, pelo mesmo raciocínio, essas mesmas pesquisas também colocam Demóstenes como candidato.