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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

16 maio

O discurso de “mudança”: entre Caiado, Zé Eliton e Daniel Vilela, qual deles tem “autoridade moral e política” para encarnar essa bandeira? Que pode ser o mote da eleição

É natural que, depois de 20 anos de vigência de um regime político, tal qual o comandado por Marconi Perillo, venha a ser inevitável a colocação automática de uma mensagem de mudança, de varrer o passado, durante a campanha eleitoral que vai indicar o próximo governador.

 

Isso tanto é verdade que até mesmo o candidato que simboliza a continuidade se esforça para encarnar essa “mudança” e de alguma forma sugerir que a situação até então vigente precisa e deve ser superada. Zé Eliton, no discurso de posse, repetiu 3 vezes consecutivas que ele, sim, é a “mudança”.

 

Mas não basta só dizer. Há que se ter fundamentos para se apresentar como um novo tempo. Se Zé Eliton vem das administrações pretéritas, por que seria uma “mudança”, sendo que ele próprio admite que tem compromisso com o “legado” dos 20 anos de Marconi?

 

Sobra para Ronaldo Caiado e Daniel Vilela. Este último tem cara de novo, porém não tem cara de “mudança”. Sua principal credencial é ser filho do pai, que lhe deu todas as 3 eleições que ganhou e representa os 16 anos antes dos 20 de Marconi. Um novo, velhíssimo.

 

A “mudança”, caso interesse ao eleitor, só pode, portanto, ser Caiado, hoje posicionado como adversário intransigente de tudo que está aí e livre de compromisso com experiências administrativas tipo o PMDB d’antanho ou o PSDB de agora. Se esse mote crescer e se transformar em onda para as próximas eleições, a vantagem é do senador do campo.