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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

25 maio

Culto à personalidade de Marconi, dentro da base governista, impede que a hipótese de derrota na campanha ao Senado seja sequer cogitada. Mas o risco é real: ele pode repetir o malogro de Iris em 2002

As últimas pesquisas expuseram um quadro perigoso para Marconi Perillo, ao apontar para a possibilidade uma derrota na eleição para senador. Certo, ele lidera, mas está  empatado com Lúcia Vânia, que está à frente com folga, por exemplo, na região norte do Estado. E vem por aí uma ruma de candidatos que poderão avançar.

 

A vitória de Marconi vinha sendo dada como fato inexorável. É parte da liturgia do culto à personalidade do chefe tucano. Cogitar a possibilidade de sua derrota soava como a mais impiedosa das heresias. Coisa parecida aconteceu em 2002, quando Iris, tido por todos como imbatível, foi batido pelo estreante Demóstenes Torres.

 

O salto alto é o pior inimigo dos candidatos. Cansei de ver vitoriosos de véspera amanhecendo derrotados no dia seguinte. O que os temponovistas não percebem é que as oposições, hoje, ao contrário de ontem, estão na ofensiva e já vêm batendo duro. Dessa vez, será Marconi que terá que dar explicações. E tanto ele como Zé Eliton terão que explicar lances como a indicação de Sérgio Cardoso para o TCE. Se é que cabe qualquer justificativa.

 

O bombardeio será intenso. A indicação de Sérgio, pelo governador entrante, pegou muito mal. É o tipo de coisa que a sociedade não aceita mais. Nada contra Sérgio, que é um homem de bem, rapaz direito e trabalhador. O problema é que ele é casado com a irmã de Marconi. Mesmo que fosse a maior sumidade mundial em matéria de finanças públicas –  não é -, Sérgio teria contra si  o fato de ser cunhado do governador findante. Nem toda água lustral do mundo poderá limpar tanto ele quanto seus padrinhos dessa mácula política.(Helvécio Cardoso, jornalista)