Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

10 jun

O Marconi que entra em campo para tentar remendar a base governista não é aquele de antes: desgastado, sua aprovação como governante, ao sair, foi menor que a de Alcides na mesma época em 2010

A erosão da liderança do ex-governador Marconi Perillo pode ser medida pela comparação entre a aprovação do seu governo, segundo o Serpes, em abril, quando deixou o mandato para se candidatar a senador, e a situação do então governador Alcides Rodrigues(foto), na mesma época, em 2010.

 

Isso tem importância porque Marconi entrou nesta semana no jogo político para tentar tapar as brechas da base governista e dar viabilidade para a candidatura do governador Zé Eliton, que necessita se afirmar e vencer as dúvidas que cercam as suas possibilidades de sucesso.

 

O Marconi que sai a campo agora não é o mesmo Marconi de antigamente. Em 2010, começou a campanha ao Senado com 77% das intenções de voto. Hoje, deu partida com 16,1%, na pesquisa Serpes de abril, mais de quatro vezes menos (lembrando que são números do Serpes). No levantamento do mesmo instituto publicado neste domingo, caiu para 14%, mais de cinco vezes menos que 2010 – o que deve acender em definitivo a luz amarela no caminho da sua candidatura.

 

E olha esse dado, leitor: em 2010, em meados de abril, o Serpes apontou uma aprovação de 37,7% para o governo Alcides Rodrigues. Agora, em 2018, com o governo já findo, também em meados de abril, Marconi recebeu pelo mesmo Serpes uma aprovação de 33,2% – abaixo, portanto, de Alcides.

 

O pior vem agora: a gestão Alcides tinha uma reprovação (ruim e péssima) de apenas 17,3%. A gestão Marconi, quase o dobro: 32,4%. Outro dado apavorante: na pesquisa Serpes deste domingo, Marconi é o campeão no quesito rejeição: quase um terço do eleitorado, 32,1%, não votaria nele de jeito nenhum.

 

Mudou muito.