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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

01 jul

Base governista vive um processo de autoengano com a candidatura de Zé Eliton: o poder que se eterniza tende a se alienar, andar em descompasso com a marcha da história e não enxergar a realidade

Os governistas dizem que Zé Eliton não lidera as pesquisas porque ainda não é conhecido. O argumento é inválido. Do ponto de vista lógico. Ser conhecido não implica necessariamente em preferência do eleitor.

 

É duplamente inválido, de resto, porque a premissa é falsa: Zé Eliton é, sim, muito conhecido. Sua perfomance ruim tem outras causas.

 

Ele está há sete anos e meio no governo. Sete anos como vice-governador e três meses como governador efetivo. E nunca foi um vice decorativo. Ao contrário, sempre atuou intensamente no governo. Foi presidente da Celg, várias vezes secretário de Estado, chefiou muitas missões ao exterior, coordenou a distribuição dos recursos da venda da Celg e sempre esteve na mídia.

 

Quando os correligionários de Zé Eliton afirmam que ele pontuará nas pesquisas quando se tornar conhecido, indicam com isso que são pessoas que perderam a confiança na política, que acreditam em truques de marquetagem e em bossas publicitárias.

 

O poder que se eterniza tende a se alienar, andar em descompasso com a marcha da história e não enxergar a realidade. E passa a raciocinar no sentido do autoengano. Quando o perigo bate à porta, a lucidez foge pela janela.(Helvécio Cardoso, jornalista)