Politicamente, nomeação de Flávio Peixoto para a Secretaria de Educação só serve para ajudar Zé Eliton a perder a eleição e nada mais
Decerto que o novo secretário de Educação Flávio Peixoto será chamado a opinar sobre a campanha de Zé Eliton. Ele não apenas serviu a todos os governos do PMDB como, de resto, foi a voz mais influente das campanhas peemedebistas depois que o partido virou oposição. Em grande parte, foi o responsável pelas derrotas.
Flávio peca pelo excesso de bom mocismo. É um fidalgo, a elegância em pessoa. Não gosta de confrontação. Gosta de “proatividade”, de “ações propositivas” e coisas desse tipo. Um verdadeiro escoteiro mirim.
Fosse técnico de time de futebol, escalaria seu esquadrão com 10 zagueiros e um goleiro, com ordens para ninguém atravessar a linha do meio-de-campo do adversário. É o mestre da retranca, do defensismo molenga, da falta de iniciativa.
Mas Flávio tem um mérito, que ninguém tira: foi o cérebro por trás da estratégia vitoriosa de industrializar Goiás. Uma ação que começou em 1983 com Íris Rezende, prosseguiu com Santillo e foi intensificada por Marconi. Quando ele postulou que Goiás podia saltar da miserável condição de economia agropastoril para o de uma sociedade industrializada, começando pelo fomento da agroindústria, os reacionários da época ficaram escandalizados. Este repórter, então principiante, foi o autor da matéria, publicada no Jornal Opção, que, na época, final dos anos 70, tinha por editor um certo José Luiz Bittencourt, não sei se vocês conhecem.
A nomeação de Flávio para o governo é bem a cara do candidato Zé Eliton. Um candidato que quer ser governador, mas não quer ser candidato, que não responde publicamente aos ataques da oposição, mas que patrocina a exoneração de servidores públicos que, por mera educação, cumprimentaram Ronaldo Caiado em um evento público de muladeiros, em Trindade.(Helvécio Cardoso, jornalista)