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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

16 jul

Estratégia mais recomendada para Zé Eliton subir nas pesquisas não foi seguida: assumir o governo e cuidar da rotina administrativa, mas se posicionar como candidato e fazer campanha

O governador Zé Eliton cometeu um erro grave na sua estratégia eleitoral, que agora está custando caro.

 

Ao assumir o governo, em vez de se posicionar como candidato, ele preferiu apostar em um mergulho profundo na rotina administrativa, tentando se consolidar como um estadista, um governante em tempo integral, e com isso se tornar mais conhecido e subir nas pesquisas.

 

Subir nas pesquisas é de fundamental importância para qualquer candidato, pois traz o que é mais decisivo em uma campanha: a expectativa de poder. Se sinaliza que pode vencer as eleições porque está sendo bem avaliado pelos eleitores, o postulante atrai mais apoio e motiva os seus aliados a se empenharem ainda mais.

 

Zé Eliton desprezou tudo isso. Em três meses como governador, cuidou de administrar Goiás, imaginando que comparecer a inaugurações e a entregas de benesses sociais e até de dinheiro vivo a prefeitos – ações que dão alguma visibilidade – seria suficiente para se tornar mais conhecido e enfim faturar pontos nas pesquisas. Foram três meses desperdiçados, que não serviram para nada. Ele sonha caracterizar o seu mandato-tampão como um governo completo, o que é simplesmente impossível.

 

E aí não deu certo. Novas pesquisas estão chegando, como a do Ibope, indicando que o governador continua estagnado e até humilhado com um empate técnico em 2º lugar, na faixa de 10 pontos, com Daniel Vilela – o candidato do MDB que não tem uma fração do poderio que a máquina governista empresta a Zé Eliton. E agora não há mais solução: Zé Eliton vai iniciar agosto, a dois meses da data da eleição, em posição muito ruim na corrida sucessória.