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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

18 ago

Modelo de campanha de Zé Eliton e Marconi é superado, não se propõe a debater ideias, baseia-se em um ufanismo injustificado e é voltado apenas para a militância e não para a sociedade em geral

A 45 dias da data da eleição, Marconi Perillo e Zé Eliton finalmente resolveram descer do pedestal e se dignaram a fazer um pouco de campanha, admitindo, de certa forma, que precisam do voto do eleitor para sobreviver na política.

 

Os dois se lançaram a um modelo de campanha superado, baseado em carreatas que passam à jato pelas cidades – segundo Zé Eliton “levando a nossa mensagem à população”. Como assim? Em meia hora de desfile infindável de carros buzinando, que mensagem seria “levada à população”?

 

Não tem sentido. Mas os equívocos da campanha tucana vão muito além dos meios formais adotados: o erro básico está no discurso, entendido aqui discurso como a comunicação geral dos candidatos, suas declarações, entrevistas, discursos e postagens nas redes sociais. Quem ouve ou lê o que sai da boca de Marconi e Zé Eliton fica pasmado com o ufanismo vazio, a crença sem justificativa em uma vitória, o menosprezo pelos adversários, a falta de ideias, a defesa insana do passado, tudo isso sem explicações racionais ou argumentação mínima que respeite a inteligência do eleitor.

 

Para piorar: eles falam para a militância, não para a sociedade em geral. É uma campanha fechada no universo dos apaixonados pelo Tempo Novo, mesmo envelhecido e cansado. Não é para a população em geral. Isso nunca vai dar certo.