Nomeação de parentes, desnecessária e em choque com o seu perfil ético e moral, expôe Caiado na mídia nacional, apontado como governador eleito prometendo mudança, que não cumpriu
Ia acontecer, mais cedo ou mais tarde: a imprensa nacional, no último fim de semana, relacionou o governador Ronaldo Caiado em uma lista de políticos que foram eleitos prometendo mudança, mas, no poder, repetem velhas práticas – como, por exemplo, a nomeação de parentes. A Folha de S. Paulo, mais importante e influente jornal do país, incluiu Caiado numa relação de governadores que privilegiaram parentes para participar da administração, em cargos de destaque. Nominalmente, a Folha citou os dois primos que foram nomeados para a presidência e uma diretoria da Goinfra, ex-Agetop, Ênio e Aderbal Caiado.
Como alguém que parece acreditar que as suas palavras têm um poder mágico de convencimento, Caiado foi ouvido na reportagem e saiu com a mesma e já conhecida conversa de sempre: os dois teriam sido escolhidos não pelo parentesco, mas pela comprovada competência. Ocorre que nem nem outro tem qualquer experiência com obras públicas. Se têm alguma aptidão na área, ninguém as conhece. Jamais seriam nomeados, não resta dúvidas, se não compartilhassem o mesmo sangue do governador.
Para piorar o que já foi ruim, o Jornal Opção publicou uma objeção à matéria da Folha de S. Paulo: não seriam dois, mas mais de uma dezena os Caiados que receberam cargos governamentais na atual gestão. E apresentou os nomes: “O número de familiares de Caiado no governo de Goiás é bem maior. O governador também nomeou seu primo Jorge Luiz Ramos Caiado Júnior para o gabinete da Casa Civil. Já o primo em segundo grau, Ernesto Roller, ficou com o cargo de secretário de Governo. O atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Adriano Rocha Lima, também é primo em segundo grau do governador. Outros nomes ligados a Ronaldo Caiado, em cargos do governo, são o do supervisor da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ubirajara Ramos Caiado Neto; do assessor técnico da Secretaria de Estado de Governo, Luiz Claudio Ponce Caiado; gerente especial da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juliana Ramos Caiado; diretora-geral da Organização das Voluntárias de Goiás, Adryanna Melo Caiado; superintendente de Reintegração Social e Cidadania, Leoni di Ramos Caiado Neto; e o integrante do conselho da Secretaria de Economia, Paulo Henrique Caiado Canedo”.
Há outros, inclusive na Assembleia, sugerindo a prática de nepotismo cruzado. Tudo absolutamente desnecessário e em choque com o perfil ético e moral de Caiado.