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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

30 jul

Lissauer Vieira toma de Caiado o protagonismo no debate sobre o RRF, coloca a presidência da Assembleia na manchete principal de O Popular e se credencia para vôos maiores

Nesta terça-feira ainda sob temperatura amena em Goiás, O Popular traz na principal manchete de 1ª página, mais uma vez, uma informação sobre a hipótese de adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal, mas, surpreendentemente, o sujeito da notícia não é o governador Ronaldo Caiado, como seria de esperar, e sim o presidente da Assembleia Lissauer Vieira.

 

Diz o jornal (pode ser exigido login para abrir a reportagem): “Presidente da Assembleia quer alternativa ao RRF“. Dentro, o texto repete as dúvidas que Lissauer Vieira vem levantando sobre o processo de superação da crise financeira que o governo Caiado alega enfrentar, repisa a sua definição de que se trata de um “remédio muito amargo” e relembra a proposta de uma comissão formada por representantes de todos os Poderes, para avaliar a situação e, inclusive, visitar outros Estados, em especial o Rio de Janeiro, onde os rigores do plano já foram aplicados ou estão em vias de o ser.

 

Sobre Caiado, somente uma citação: a de que receberia Lissauer Vieira nesta semana, para discutir o assunto. Esse encontro não foi ainda sequer marcado e apenas ficou subentendido a partir de uma conversa entre o deputado e o secretário de Governo Ernesto Roller, que teria sido encarregado de abrir as portas do Palácio das Esmeraldas para que o presidente da Assembleia apresentasse ao governador, de viva voz, as suas opiniões e sugestões, de resto já sobejamente conhecida através das inúmeras entrevistas que vem dando.

 

Seja qual for o desfecho dessa estória, uma conclusão se impõe: Lissauer Vieira conseguiu a façanha de se tornar protagonista do debate sobre a adesão de Goiás ao RRF, com posições mais fortes que a do próprio Caiado, de maior credibilidade diante da sociedade e também sinalizando maior responsabilidade – sempre no sentido de se buscar alternativas menos drásticas. Exatamente o que anda faltando ao governador até agora, mas que dá a impressão de sobrar no presidente da Assembleia, que vai se credenciando, assim, a vôos maiores (já que dizem que ele quer ser candidato a governador em 2022).