Zé Eliton é o nome que Marconi quer para o PSDB lançar a prefeito de Goiânia, nas eleições do ano que vem. E se Marconi quer, Zé só não será candidato se não quiser – e ele quer

O PSDB caminha para lançar o ex-vice e ex-governador tampão Zé Eliton para disputar a prefeitura de Goiânia, no ano que vem. Essa é a vontade do senhor supremo dos tucanos em Goiás, o ex-governador Marconi Perillo, teoricamente distanciado da política estadual e morando a quase mil quilômetros da capital goiana, em São Paulo, mas de lá manipulando diariamente os pauzinhos que atendem aos seus interesses na sua paróquia.
Se Marconi, quer, o PSDB obedecerá fielmente, como sempre aconteceu. No primeiro semestre deste ano, surgiram vários nomes na disputa pela presidência do diretório estadual da legenda – o ex-prefeito de Catalão Jardel Sebba, o prefeito de Goianira Carlão da Fox, os deputados federal Célio Silveira e estaduais Talles Barreto e Leda Borges, além da ex-secretária da Educação e candidata derrota a vice de Zé Eliton, Raquel Teixeira. Bastou o ex-governador bater o pé e todos debandaram. O cargo sobrou para o prefeito de Trindade Jânio Darrot, escolhido a dedo por Marconi para funcionar como sua marionete no comando do PSDB. Isso mostra que a definição da candidatura em Goiânia, se houver, já que ele também analisa a hipótese de apoiar o deputado Francisco Jr., do PSD, será mais uma decisão autocrática e imposta de cima para baixo pelo tucano mor de Goiás.
A informação sobre a candidatura de Zé Eliton apareceu, em primeira mão, na coluna online do experimentado colunista Divino Olávio no Diário Central. Existem outros pretendentes no PSDB, como, por exemplo, o deputado estadual Talles Barreto. Mas isso não trará nenhuma dificuldade para Marconi indicar quem desejar para assumir a candidatura, dada a sua expertise em afastar dificuldades e produzir consensos. É bom lembrar que o Zé chegou a dar declarações públicas, após deixar o governo, falando em se retirar da vida pública e avaliando que o seu ciclo na política havia se encerrado. Mas não é bem assim. Sabe-se que Zé tem saudade da movimentação dos oito anos que passou no poder. Não vai haver necessidade de muita insistência para que ele aceite o desafio, já que se considera jovem e acha que ainda tem muito a oferecer.
E, sim, o desafio será gigantesco. Como candidato a governador, Zé saiu-se tão mal em Goiânia quanto Marconi para o Senado. Ambos tiveram uma mixaria de votos. Zé, apenas 67 mil. Marconi, menos ainda, 53 mil. Dada a dimensão do colégio eleitoral da capital, esses números são humilhantes. Mas, por outro lado, é fato que a campanha deu visibilidade ao Zé, que hoje, provavelmente, passou a ser bem conhecido. Além disso, a estratégia de campanha dos tucanos, que é a de lembrar as obras do passado e cobrar a gratidão do eleitor, poderá ser repetida diante do volume de obras que os 20 anos do Tempo Novo construiu em Goiânia. Isso, na eleição do ano passado, não rendeu grande coisa. E vai ser menos ainda no ano que vem, quando o favorito é o atual prefeito Iris Rezende.