Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

14 out

Não há como esconder que a alta da aprovação do governo Caiado surpreendeu a oposição, a mídia e até os próprios caiadistas: ninguém espera um resultado tão positivo no primeiro ano de uma gestão

Os números da pesquisa do instituto Paraná, divulgados na semana passada, a segunda neste ano a avaliar o governo Ronaldo Caiado, mostraram dados surpreendentes – apontando para uma alta significativa na aprovação e uma não menos importante e consequente queda da reprovação, revelada por dois índices: 1) a satisfação com Caiado subiu de 59,9% em abril deste ano para 67,3% agora e 2) a soma de ótimo + bom passou para 43,2%, enquanto o total dos conceitos ruim + péssimo caiu de 25,7% para 16,9%.

 

São dados com algum ineditismo em se tratando de um primeiro ano de governo, quando se tomam medidas impopulares de ajuste de gestão. Mas que refletem, de alguma forma, a força do extraordinário capital político que Caiado acumulou com a sua eleição em 1º turno e votação recorde, além da crença de que faz e fará uma administração melhor que as anteriores. Espelham ainda uma característica inseparável da imagem do governador, que é a sua intransigência com a corrupção. Tanto que, em dois outros quesitos da pesquisa, essa visão da população apareceu com destaque: a confiança em Caiado, que já era alta, aumentou de 67,3% para 71,1%, por um lado, enquanto, por outro, 63,4% concordaram que, depois da sua posse, as irregularidades no Estado diminuíram.

 

A aprovação geral de 67,3% para a administração é um recurso utilizado em levantamentos de opinião para aferir a tendência dos entrevistas que declaram achar o governo apenas regular. Quer dizer: enquanto soma dos conceitos ótimo + bom está em 43,2%, a avaliação positiva chega a ser mais de 24% maior. Isso deixa patente que, entre os 36,9% que enxergam a gestão como regular, quase dois terços tendem a um julgamento favorável – o que explica com clareza a a aprovação de 67,3% quando a pergunta foi: “Aprova ou desaprova o governo Caiado?”. Nenhum governante, em nenhuma hipótese, no primeiro ano e enfrentando sem parar situações polêmicas ainda longe de se esgotarem (vem aí o debate provavelmente desgastante sobre a reforma da previdência estadual), poderia almejar se sair melhor do que Caiado saiu no estudo do instituto Paraná.

 

Plantou, está colhendo. (E vale lembrar aos céticos de plantão que o instituto Paraná tem credibilidade alta).