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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

22 mar

Resposta do grande empresariado goiano à crise do coronavírus mostra falta de compromisso social e completo egoísmo no esforço de manter seus lucros e… dane-se o resto

O grande empresariado goiano é uma vergonha. Só pensa nos seus lucros e não tem nenhum compromisso social, ou seja, nenhuma preocupação com os interesses coletivos, tanto que as suas lideranças classistas, até agora, sempre tão ágeis e rápidas na defesa das suas vantagens, como os incentivos fiscais, por exemplo, foram incapazes de apresentar qualquer colaboração ou sequer uma mínima sugestão qualificada para a superação da crise do novo coronavírus.

Calaram-se todos. Cadê o presidente da Fieg, Sandro Mabel, ou o poderoso chefão da Adial, Otavinho Lage? André Rocha, do Sifaeg? Ou Marcelo Baiochi, da Fecomércio, que publica vídeos nas redes sociais sugerindo ridículas  medidas de prevenção, em vez de tratar de medidas concretas da parte do seu segmento classista? Cadê todos os outros? Claramente, eles entraram em estado de desorientação e não se mostram capazes de oferecer ajuda efetiva para a luta contra a pandemia em Goiás. Está provado: é uma gente que só pensa nos seus interesses e em nada mais. O capitalismo, em Goiás, é o mais selvagem possível. Eles, os donos do dinheiro, não querem saber de nada, a não ser encher ainda mais os seus bolsos.

Grande empresário goiano é assim: não aceita pagar sequer pela manutenção do jardim à frente do seu estabelecimento. É tudo para eles e nada para ninguém. Acham que fazem o favor de produzir e, em alguns casos, como a CPI dos Incentivos Fiscais demonstrou à exaustão, entendem que devem receber por isso – e isso acaba acontecendo, infelizmente. O coronavírus, em Goiás, vai acabar tendo alguma consequência positiva: expor, para todo mundo, a ausência total de compromisso dos nossos grandes empresários com as necessidades gerais da sociedade.