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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

10 maio

Oposição precipita-se ao enxergar como queda de aprovação a redução da popularidade de Caiado nas redes sociais, que tem mais a ver com críticas de fora do Estado ao rompimento com Bolsonaro

Deputados de oposição na Assembleia, como Major Araújo e os delegados Humberto Teófilo e Eduardo Prado, comemoram em suas redes sociais uma manchete porca de O Popular, que atribuiu ao governador, segundo a consultoria Quest, uma queda de popularidade nas redes sociais – expressa, segundo o levantamento, em uma redução de postagens positivas a partir do irrompimento do vírus assassino em Goiás e do instante em que Caiado, corretamente, distanciou-se com o presidente Jair Bolsonaro basicamente por não concordar com a sua orientação quanto ao isolamento social para diminuir a propagação do novo coronavírus.

Estão todos enganados. E misturando alhos com bugalhos. Primeiro, porque popularidade digital é uma coisa, quando aprovação ou reprovação de governo pela sociedade é outra. E depois levando em consideração que Caiado é um político de repercussão nacional e suas redes sociais são acompanhadas somente em parte por goianas e goianos e em outra parte, não pequena, por seguidores de todo o país. O Popular não prestou esses esclarecimentos na matéria que publicou e, admitindo-se o que dificilmente seria verdade, ou seja, que a oposição ao governador embarcou ingenuamente na teoria de que a sua aceitação diminuiu, foram todos induzidos a um erro monumental.

Não há pesquisas promovidas por institutos sérios, no momento, sobre a qualificação do governo do Estado, dentro dos tradicionais critérios de ruim, péssimo, regular, bom e ótimo. Um dos motivos é que esse tipo de levantamento, em termos estaduais, custa caro. Nem mesmo a maior empresa de comunicação do Estado, o Grupo Jaime Câmara, que banca O Popular, se dispõe a abrir as burras para contratar o seu tradicional instituto fornecedor de diagnósticos sociais e políticos, o Serpes, e colocar em pratos limpos, mais de dois meses depois da chegada a pandemia a Goiás, o que a população pensa das ações comandadas por Caiado.

Lembrando mais uma vez: redes sociais são passíveis de manipulação e não têm nada a ver com correntes solidificadas de opinião pública. Caiado afastou-se de Bolsonaro e automaticamente passou a alvo da milícia online do bolsonarismo raiz, cuja atuação envergonha as brasileiras e os brasileiros de bem. Esse tipo de gente, que o levantamento da consultoria Quest publicado por O Popular não especificou, é que rompeu com o governador goiano e passou a atacá-lo nos canais da internet. A maioria é de fora de Goiás. A tal “queda de popularidade”, apontada pelo jornal, se é que existe, não tem nada a ver com as medidas que foram adotadas por Caiado para combater a peste, mas sim com a pobreza ideológica que é a característica dos jagunços e o exército de robôs que atuam cegamente a favor do capitão e suas ideias genocidas.

Ao contrário do que dizem Major Araújo, Humberto Teófilo e Eduardo Prado, se há um governador que honrou depois de eleito os seus compromissos de campanha, este é o atual inquilino do Palácio das Esmeraldas, no sentido inverso ao do presidente Jair Bolsonaro, hoje protagonista de um dos maiores estelionatos eleitorais da triste história da Terra de Santa Cruz. O autor dessas mal traçadas tem alguma experiência com a avaliação do trabalho de governantes e de políticos em geral e está à vontade para afirmar que Caiado, provavelmente, tem mais a somar do que a diminuir com os dividendos da sua atuação liderando o Estado contra a crise da mortífera Convid-19. Mas é preciso admitir que isso só será esclarecido com uma pesquisa de espectro amplo e não com conjecturas geradas a partir de análises do Twitter, Instagram, Facebook e outras malhas sociais. Nossos deputados oposicionistas quebraram a cara.