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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

07 set

Maguito, que só perde para Marconi em número de denúncias em que são alvos do Ministério Público, responde a 22 processos, nas mais variadas fases, que podem impedir o registro da sua candidatura

O ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-vice-governador, ex-governador, ex-senador e (ufa!) ex-prefeito Maguito Vilela é alvo de 22 processos movidos pelo Ministério Público Estadual, conforme os registros do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, a maioria em razão de atos praticados quando dirigiu o município de Aparecida que levaram os promotores locais a discordar quanto a sua regularidade e legalidade.

Como gestor público, Maguito está perto de alcançar o ex-governador Marconi Perillo, que responde a 34 processos por improbidade. Mas há uma diferença: no caso de Marconi, nenhum dos processos passou a fase inicial, ou seja, a etapa de pré-sentença em 1º Grau, enquanto Maguito já foi objeto de sentenças até em 2º Grau, proferidas por colegiado de três ou mais magistrados, o que costuma ser fatal para qualquer político, ao incidir nas proibições da Lei da Ficha Limpa e incluir veto ao registro de candidaturas a quaisquer postos eletivos.

Nas poucas vezes em que se pronunciou sobre o seu currículo judicial, Maguito foi lacônico e se limitou a garantir que não enfrentaria óbices capazes de prejudicar os seus eventuais projetos eleitorais. Mas, desde que deixou a prefeitura de Aparecida, ele não tinha perspectivas de se candidatar a nada. Em 2018, chegou a pedir registro para figurar como 1º suplente do senador Vanderlan Cardoso, tendo como justificativa a intenção de reforçar a chapa do filho Daniel Vilela, candidato a governador pelo MDB. Sem, maiores explicações, Maguito desistiu em favor do ex-deputado federal Pedro Chaves, já gerando suspeitas, na época, de que deseja evitar que a viabilidade jurídica do seu nome fosse questionada na Justiça Eleitoral. Agora, surgiu a oportunidade de disputar a prefeitura de Goiânia, também pelo MDB.

De qualquer forma, os registros do TJGO são frios e objetivos. As pouco mais de duas dezenas de denúncias do MPGO a que o ex-tudo responde estão catalogadas na área online de consulta processual. É óbvio que, se acabar como candidato emedebista a prefeito de Goiânia, como se prevê com a desistência de Iris Rezende, elas serão vasculhadas e vão trazer dor de cabeça para Maguito – com potencial, em hipótese extrema, até para impedir a sua candidatura.