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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

24 set

Campanha em Goiânia continua arrastada, praticamente não começou e promete ser a mais desinteressante e menos acompanhada pelo eleitorado da capital, em todos os tempos

Passada a data das convenções e oficializadas as candidaturas a prefeito de Goiânia, um fato chama a atenção: a campanha segue arrastada, praticamente sem ter começado e limitada a esparsas notícias nos meios de comunicação e postagens nas redes sociais que tentam demonstrar que os candidatos estão se movimentando, porém sem a menor demonstração de que a capital vive realmente um momento de definição do seu futuro.

Em outras grandes cidades brasileiras, o mesmo cenário se repete. Nesta quinta, 24 de setembro, a Folha de S. Paulo publica editorial apontando “o nível elevado de desinteresse por candidatos na largada da campanha em São Paulo, conforme a última pesquisa Datafolha”. O texto afirma, corretamente, que “a apatia do eleitor parece refletir uma rejeição generalizada à política tradicional”, a que se deve acrescentar “a previsíveis consequências da pandemia do coronavírus, que ceifou milhares de vidas, destruiu milhões de postos de trabalho e teve na capital paulista seu epicentro no país”. E ainda concluindo que “a insatisfação com a política, somada às angústias causadas pelos meses de isolamento na pandemia, sugere que os candidatos terão que se esforçar muito para conquistar votos na campanha que se inicia”.

Não deve ser diferente em Goiânia. Qualquer que seja o resultado da eleição, a população sabe que a maior parte das promessas feitas não serão cumpridas, que a margem para investimentos do poder público é sempre restrita em qualquer parte do país e que, no geral, os políticos continuarão a priorizar seus projetos pessoais. É duro, mas é a verdade. Nos 50 dias que restam até a data da eleição, o que se verá serão os candidatos tentando aparecer a qualquer custo, a maioria sem noção do ridículo e do quanto estão chateando as goianienses e os goianienses. Aliás, quem tiver consciência dessa nova realidade e se comportar com equilíbrio e ponderação, sem rompantes ou exageros, menos ainda extravagâncias, levará grande vantagem.