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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

26 set

Disputando o 2º lugar com Adriana Accorsi e a grande distância de Vanderlan, campanha de Maguito passa a ser tentativa de virada – a situação mais difícil e complicada possível em uma eleição

Não ficou fácil para o candidato do MDB a prefeito de Goiânia Maguito Vilela; a pesquisa Serpes/O Popular deste sábado, 26 de setembro, trouxe Vanderlan Cardoso, do PSD, em uma posição confortável – o 1º lugar, a uma distância considerável dos demais concorrentes (quase 10 pontos a mais) e ainda por cima, piorando as coisas, apontando o 2º lugar para petista Adriana Accorsi, matematicamente à frente de Maguito por 0,3 décimos, porém tecnicamente empatada com ele.

Só que as notícias ruins para o postulante emedebista não se encerraram na sua péssima classificação em relação a Vanderlan. Nas simulações de 2º turno, este vence Maguito com uma larga margem que beira os 19 pontos de vantagem. Há mais: Vanderlan tem rejeição baixíssima: 6,5% não votariam nele de jeito nenhum, enquanto seu adversário tem o nome recusado pelo dobro dos eleitores ou 13,8%. Maguito só perde para Adriana Accorsi, cuja rejeição vai a 16% (preço óbvio que ela está pagando pela carga negativa do seu partido, o PT).

É um cenário, dada a proximidade da data da eleição, capaz de justificar até uma renúncia à candidatura, já que traça um horizonte de dificuldades que só um milagre permitiria a Maguito superar. Não há tempo suficiente, ainda mais com a não campanha que a pandemia impôs ao pleito deste ano. Para complicar as coisas para o emedebista, seu discurso é fraquíssimo, frouxo mesmo, tanto que sua assessoria tem dificuldades para selecionar trechos aceitáveis para postar nas redes sociais. O candidato é um picolé de xuxu, sem gosto nem tempero e seu nome, relativamente conhecido, não tem uma identidade ou marca forte para Goiânia – ao contrário de Vanderlan, cuja vocação executiva é irresistível para as eleitoras e os eleitores em um momento em que Iris Rezende prepara-se para deixar uma prefeitura embalada por obras e realizações como nunca se viu em administrações recentes, o que coloca a exigência de um sucessor gerencialmente à altura.

Maguito, com a pesquisa Serpes/O Popular, caiu na situação mais indesejável em uma eleição majoritária: a de correr atrás, na tentativa de uma virada que, pelo menos nas suas condições individuais e políticas, não tem razões objetivas para acontecer. É um tipo de campanha a mais desagradável possível, ainda mais quando faltam forças, no caso o apoio de Iris ou de um eleitor de peso como, por exemplo, o governador Ronaldo Caiado – que fez a mais consistente manobra estratégica da sua vida pública ao costurar a aliança com Vanderlan, tudo indica que destinada a uma vitória histórica em Goiânia. Para o MDB, o cheiro de derrota está no ar.