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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

17 nov

Fiasco nas urnas humilha o PSDB goiano, maior partido do Estado durante quase 20 anos, mas agora reduzido a 20 prefeituras sem importância eleitoral

O título de protagonista do maior vexame nas urnas deste ano foi arrebatado pelo PSDB, partido que vinha em decadência desde a fragorosa derrota de 2018 e agora beijou a lona, ao vencer as eleições em apenas 20 municípios – nenhum de importância eleitoral, ou seja, todos sem peso para influir na política estadual. Isso sem falar no papelão que o partido fez em Goiânia, onde o seu representante, o deputado estadual Talles Barreto, só conseguiu 5 mil e poucos votos e ficou entre os últimos colocados na corrida pelo Paço Municipal.

Não fora Goiânia e Aparecida, seus últimos redutos, o MDB, também outrora partido poderoso, experimentaria igual amargura. Apenas 28 dos novos prefeitos são emedebistas, faltando computar nessa lista Maguito Vilela, que ainda depende do 2º turno e de sobreviver ao forte ataqueque sofreu  da Covid-19. Ao contrário dessas duas legendas, o DEM do governador Ronaldo Caiado explodiu, passando a contar com o maior número de municípios, 63, enquanto, no total, a base partidária do Palácio das Esmeraldas também cresceu, agora para 160 prefeituras.

Já se disse aqui que o PSDB entrou derrotado na campanha, ao viabilizar apenas 47 candidatos, número parecido com o do MDB. Além da decadência natural, as duas legendas se ressentiram das ações equivocadas dos seus presidentes. Jânio Darrot, pelo PSDB, ao dar mau exemplo para as bases tucanas com o lançamento de um candidato do Patriotas em Trindade (Marden Jr., que venceu). Daniel Vilela, ao desfalcar o MDB com a perseguição e expulsão dos prefeitos que não o apoiaram para governador em 2018, quando preferiram o vitorioso Ronaldo Caiado, os mesmos que agora, sem exceção, acabaram sagrando-se vencedores em seus respectivos municípios, a exemplo de Adib Elias, em Catalão, e Paulo do Vale, em Rio Verde.

Pelo sim, pelo não, PSDB e MDB encarnam hoje, em Goiás, a chamada “velha política”, seja pelas práticas deletérias que tiveram nos longos períodos em que governaram o Estado, seja pela antiguidade cronológica dos seus principais líderes, tipo Maguito Vilela, que, se eleito e empossado em Goiânia, chegará aos 42 anos de mandatos e rodízio com Iris Rezende, ou Marconi Perillo, com mais de 30 anos de carreira pública e um inédito cerco judicial de processos cíveis e criminais por improbidade e propinas.