Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

17 nov

Finalmente, a gravidade da doença de Maguito é reconhecida, aparece o 1º boletim médico não manipulado e Vanderlan vai para o ataque, com razão: o que houve está próximo do estelionato eleitoral

Finalmente, a verdade apareceu: o partido, os familiares e o boletim oficial do Hospital Albert Einstein, o primeiro divulgado na íntegra (antes, eram reformatados para atender aos interesses da campanha), nesta segunda, 16 de novembro, reconheceram que as condições de saúde do candidato do MDB a prefeito de Goiânia Maguito Vilela, que ganhou o 1º turno, são gravíssimas.

Tudo indica que acabou a manipulação das informações, o que é ótimo e merece aplausos. Tudo indica também que a denúncia de estelionato eleitoral praticado pelo MDB, feita na manhã desta terça, 17 de novembro, pelo representante do PSD Vanderlan Cardoso, tem fundamento – tirando totalmente a justeza do resultado das urnas do último domingo, que atribuíram a Maguito uma frente de quase 10 pontos sobre o 2º colocado, Vanderlan. Ou então: com o eleitor votando em um, mas ganhando outro prefeito, na hipótese não tão distante do vice Rogério Cruz vir a assumir.

Em uma matéria facciosa e por que não dizer? vergonhosa, O Popular disse agora há pouco em manchete que a acusação de Vanderlan foi lançada “sem provas”. Falso, leitoras e leitores. Há provas. E abundantes. Querem ver algumas? Aí vai uma: as seguidas notícias passadas pelo MDB, pelo filho Daniel Vilela e pelo médico e genro Marcelo Rabahi sempre apontaram, unanimimente, para uma melhora e uma estabilidade do quadro clínico de Maguito, que, no entanto, nunca aconteceram, com o paciente piorando a cada dia. O objetivo desse discurso foi claro: ajustar a compaixão do eleitorado com a perspectiva de um candidato que, vencendo o pleito, estaria plenamente apto para assumir a administração de Goiânia, portanto apto a receber os votos. Querem outra? A conveniente divulgação da segunda intubação de Maguito, que possivelmente aconteceu na madrugada anterior, somente após o encerramento da votação de domingo passado, além de mascarada a sua real motivação com a desculpa da realização de uma broncoscopia, justificativa esfarrapada que não durou 24 horas e foi desmentida com o anúncio oficial do Albert Einstein de que o paciente havia piorado e, além de inflamação, apresentava também infecção nos pulmões.

Mais ainda: as descobertas da broncoscopia, que teria sido realizada na noite do domingo, não foram divulgadas até hoje, quando se sabe que o resultado é imediato, dado que se trata de uma perscrutação dos pulmões através de câmera ou câmeras de vídeo, além da retirada de amostras do tecido alveolar. Se o laudo não foi mostrado, é porque algo de muito ruim está sendo escondido, infelizmente. O Popular, que sempre deu coro para as declarações ufanistas – e inverídicas – do MDB e de Daniel Viela, sem nunca questioná-las como seria o papel de um veículo de imprensa realmente sério e comprometido com o bom jornalismo, também – finalmente – deu uma guinada e pela primeira vez admitiu que Maguito foi reintubado porque, de fato, está apresentando complicações que colocam a sua vida em risco. A nova intubação, escreveu o jornal em linguagem amena, “é sinal de gravidade”. Ainda assim, sem questionar e sem perguntar pelos detalhes do que acontece com o candidato, como fez com a acusação de estelionato eleitoral formulada por Vanderlan, O Popular continua endossando a lorota do círculo próximo ao candidato (lamentavelmente com um assunto tão dramático) , como a de que “suas funções vitais estão preservadas”. Mentira, porque a respiração é uma das funções vitais de qualquer ser humano e, quanto ao emedebista, entrou em colapso progressivo, reduzindo-se a percentuais mínimos que estão sendo ocultados, aliás com a ajuda do jornal dito como o mais prestigioso do Estado.

É uma farsa o que está ocorrendo em volta de Maguito, quase que com certeza sem a sua participação, sob a orientação da coordenação da sua campanha e principalmente do seu filho Daniel Viela, de quem Vanderlan afirmou e este blog concorda: “Se existe dúvida sobre a real condição da saúde de Maguito, isso se dá pela falta de
transparência do presidente do MDB (Daniel Vilela) na condução da campanha, fazendo parecer que a busca pelo poder vale mais do que a saúde do seu próprio pai”. Está correto.  Essa, nesse momento doloroso, é uma definição perfeita para o comportamento do filho de Maguito. As provas e os índicios estão aí para quem quiser ver.