Uso eleitoral da doença pode ter aumentado o risco de Maguito. Informações do MDB, da família e do médico particular entram em contradição com boletim oficial do Hospital Albert Einstein

Um boletim médico oficial do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desmentiu nesta segunda-feira, 16 de novembro, as informações do MDB, do filho Daniel Vilela e do médico particular e genro Marcelo Rabahi sobre os verdadeiros motivos da reintubação do candidato do MDB a prefeito de Goiânia Maguito Vilela. Confirmando tudo o que este blog vem revelando sobre o que se passa realmente com o paciente mais ilustre da Covid-19 no país, no momento, o hospital deixou claro que Maguito foi reconduzido à ventilação mecânica devido à “piora” – esse foi o termo usado – das suas condições de saúde, depois de constatada a continuidade da inflamação e agora também o surgimento da infecção dos seus pulmões.
Que ninguém se engane: Maguito está lutando para sobreviver. Assim, no domingo, 15 de novembro, exatamente quando as urnas foram fechadas, às 17 horas, o MDB, a família e o dr. Marcelo Rabahi anunciaram que, devido à necessidade de fazer um exame chamado de broncoscopia, o emedebista havia sido reintubado – coisa que eles colocaram como a toa. Médicos que acompanham o caso, à distância, acharam estranho. A broncoscopia não exige intubação e, sim, anestesia geral, devido aos incômodos que provoca. É possível que essa versão tenha acendido o farol de alerta da direção do Albert Einstein, que tem um nome a zelar. Menos de 24 horas depois, pela primeira vez, o hospital veio a público com um comunicado oficial, no qual não citou o exame e reconheceu com todas as letras que Maguito havia experimentado uma “piora”. Só que, apesar da mudança de tom, os resultados da broncoscopia não foram divulgados. Por quê?
Desde o começo da contaminação do candidato pelo novo coronavírus, aliás devido à sua negligência, as notícias do MDB, dos familiares e do médico-genro sempre falavam em “melhoras” e em “quadro estável”, enquanto o paciente seguia em “piora”. Seguidas vezes, em posts nas redes sociais em que ostensivamente e despudoradamente misturava campanha com supostas informações positivas sobre o pai, Daniel Vilela comemorava, chegando a anunciar uma alta em breve. Quando veio a primeira intubação, deu-se a impressão de que finalmente essas fontes adotariam um tom mais sério e responsável, diante da clara gravidade do caso. Mas, não. No dia 8 de novembro, um domingo, a 7 dias da eleição, Maguito foi extubado, mais uma vez sob clima festivo – posteriormente erando a suspeita de que isso poderia ter ocorrido para que se mostrasse, ao eleitorado próximo do dia da votação, que estaria apto para administrar Goiânia, já que em plena recuperação e prestes a deixar a UTI, mais uma vez segundo Daniel Vilela, equivocadamente.
Corroborando essa visão, nos dias que se seguiram, mas bem antes da data das urnas, um post com uma imagem de Maguito novamente fazendo o tradicional gesto otimista com o dedo polegar, foi impulsionado pela campanha do MDB no Instagram, que pagou para atingir potencialmente 1 milhão de pessoas em Goiânia (conforme dados disponíveis na própria postagem, print acima) – cobrindo, assim, a maioria das eleitoras e dos eleitores da capital. Hoje, paira a desconfiança de que essa foto nem teria sido clicada após a extubação, mas sim registrada antes e escandalosamente usada como instrumento eleitoral para atrair simpatia, esperança e, o mais importante, votos. O MDB e Daniel Vilela escolheram um caminho ruim, expondo Maguito a um tipo de manipulação eleitoral que ele provavelmente não aprovaria.