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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

23 nov

Serpes/O Popular aponta para eleição liquidada em Goiânia, mostrando que a estratégia de falsear as condições de saúde de Maguito e desinformar sobre a falta de apoio de Iris infelizmente deu certo

As eleições do próximo domingo para prefeito de Goiânia estão decididas: o candidato do MDB Maguito Vilela, mesmo internado em uma UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, sem a menor previsibilidade quanto ao seu estado de saúde, vencerá o representante do PSD Vanderlan Cardoso. É o que aponta a pesquisa Serpes/O Popular publicada nesta segunda, 23 de novembro, a seis dias da data da votação do 2º turno, trazendo o emedebista com um potencial de 60% dos votos válidos.

Ninguém sabe o que o futuro reserva a Maguito, se terá condições físicas para assumir as pesadas responsabilidades do cargo, o que abre a possibilidade da assunção do desconhecido vice Rogério Cruz, e principalmente quais as sequelas que o afetarão. Há uma lista imensa delas para quem recebeu contágio pelo novo coronavírus e sobrevive, principalmente em idade avançada, como é o caso (ele fará 72 anos em janeiro próximo), variando em níveis de gravidade a depender da intensidade com que a doença acometeu o paciente (veja aqui). E o pior de tudo é que, não oferecendo nenhuma resistência genética para a Covid-19, Maguito corre o risco de se reinfectar de novo, como tem ocorrido ao redor do mundo. Uma vida como a que tinha antes, nem pensar. No mínimo, mesmo muito bem biológica e organicamente, ele não poderá se expor e precisará levar uma rotina de isolamento.

Atípico como nunca na história, a eleição na capital saiu da normalidade com o padecimento hospitalar do candidato emedebista, aprofundou-se nesse caminho com as 300 mil abstenções no 1º turno ou um terço do eleitorado e foi desvirtuado com a estratégia de campanha adotada pelo MDB – definida pelo governador Ronaldo Caiado como “marketing da agressão e da mentira”. Informações sobre a saúde de Maguito foram filtradas e trabalhadas pelo partido e pelo filho Daniel Vilela para evitar que afetassem as suas intenções de voto, mas não só. Mentiu-se também sobre o inexistente apoio do prefeito Iris Rezende, o que, conforme nota da coluna Giro, em O Popular, “desagradou a família de Iris”. Para muita gente, não foi mais nem menos do que simplesmente um jogo sujo.