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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

26 nov

A 3 dias da eleição, boletins médicos continuam vagos e obscuros, ninguém sabe o verdadeiro estado de saúde de Maguito e Goiânia pode sair da eleição direto para o caos

É um mistério, hoje, o verdadeiro estado de saúde do candidato do MDB a prefeito de Goiânia Maguito Vilela, que continua internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo com as suas funções vitais executadas por pelo menos três aparelhos – um de ventilação mecânica dos pulmões, outro, o ECMO, de oxigenação e bombeamento do sangue e mais um que substitui os rins e faz a diálise venosa. Fora isso, que desde 16 de novembro, um dia após as eleições do 1º turno, é repetido diariamente nos boletins médicos oficiais do hospital paulista, o único fato concreto que se sabe é que Maguito está “estável”, palavra cabulosa também presente em todas as notícias sobre o candidato emedebista, sem esclarecimento nenhum sobre se está relacionada a uma condição boa ou ruim.

A três dias das eleições, as expectativas para a gestão administrativa da capital, a partir de 2021, são as piores possíveis. No domingo, 29 de novembro, data do 2º turno, será eleito alguém que, algum dia, terá capacidade para assumir com plenitude o comando do Paço Municipal? Por que ninguém da família e do MDB, desde que começou o sofrimento de Maguito após acometido pela Covid-19, deu uma entrevista contando com clareza e sem sombra de dúvidas qual é a sua situação real? Não se tem conhecimento sequer se ele ainda continua com o coronavírus no seu organismo, 40 dias depois do contágio, e muito menos há qualquer avaliação do impacto que o stress da passagem pelas máquinas extracorpóreas de sobrevivência terá sobre a sua vida.

Propositalmente ou não, os boletins médicos oficiais do Albert Einstein acabaram colaborando para esse clima de incerteza, ao veicular apenas informações resumidas e econômicas, ancoradas na permanente constatação de um quadro “estável”, inclusive antes de momentos em que o paciente entrou em estágios graves, só revelados posteriormente e mesmo assim sem maiores esclarecimentos. O MDB, que explorou ao máximo a doença do candidato nos programas de rádio e televisão, nas redes sociais e nas ruas, segue na reta final de campanha como se nada houvesse sucedido, misturando propaganda política com uma avalanche de orações religiosas de todos os matizes, não sem continuar a bater antieticamente no adversário Vanderlan Cardoso, do PSD, transformado maldosamente em responsável indireto pelo calvário de Maguito.

O passo que Goiânia dará no próximo domingo, 29 de setembro, será no escuro. Pode, com facilidade, enterrar a capital no caos administrativo, com um prefeito – o vice emedebista Rogério Cruz – que não foi escolhido pelo lustro do currículo e, sim, por conveniências partidárias colocadas acima dos interesses da população. A abstenção se repetirá em percentuais jamais vistos antes, nenhum debate aconteceu, propostas não foram esmiuçadas ou confrontadas, com o pleito emocionalizado em torno de um candidato que não tem consciência de que ganhou o 1º turno, está prestes a vencer o 2º e pode não ter como assumir e desempenhar o mandato de prefeito da maior cidade do Estado.