Salários de Maguito, enquanto estiver de “licença”, serão devolvidos para economizar para a prefeitura: depois da criação de mais de 300 cargos e R$ 2,2 milhões a mais em despesas mensais, é deboche
Que houve um estelionato eleitoral em Goiânia com a eleição de um prefeito fisicamente incapacitado para o exercício do mandato, em condições de saúde que foram e continuam sendo ocultadas desde os dois turnos do pleito passado, parece não haver dúvidas. A manipulação de informações durante todo o padecimento de Maguito Vilela, primeiro sob ataque da Covid-19 e depois começando a luta para superar as sequelas da doença, foi uma constante desde as primeiras notícias sobre a sua contaminação, por volta de 20 de outubro do ano passado.
Maguito não tem a menor condição de assumir o Paço Municipal e provavelmente nunca mais o terá. Está mal como sempre esteve nesse período todo. Essa uma verdade que não pode ser dita, sob pena de respostas iradas acusando a “desumanidade” de quem a diz. Enquanto isso, em nome do pai o filho Danielo Vilela vai perpetrando barbaridades, como a criação de mais órgãos administrativos e de uma penca de mais de 300 cargos comissionados, com salários entre R$ 8 e 12 mil, totalizando mais de R$ 2,2 milhões mensais em despesas para os cofres do município de Goiânia, tudo absolutamente inútil. Isso, antes mesmo da posse da nova gestão em condições suspeitíssimas, através de uma “assinatura eletrônica” que ninguém sabe o que é e como exatamente foi obtida do paciente ilustre internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Em uma jogada de claro viés demagógico, anunciou-se que Maguito abriu – ou abriram, mais uma vez em nome dele – mão dos salários inerentes ao cargo de prefeito enquanto estiver de licença médica e, portanto, afastado das funções para as quais foi eleito em um dos maiores equívocos da última rodada das urnas em termos de Brasil. Os vencimentos, em sua parte líquida, óbvio, serão retornados para a prefeitura e, preferencialmente, vejam só a hipocrisia do detalhe estrategicamente pensado em termos de marketing tardio, deverão ser utilizados no custeio das medidas de combate à pandemia.
Ora, ora, leitoras e leitores, se essa preocupação existisse de verdade na cabeça de quem está agindo e dando ordens em nome de Maguito, nenhum dos mais de 300 cargos comissionados teria sido criado. De jeito algum. Mas a empulhação prevaleceu. O que são duas dezenas de mil reais diante de pouco mais de dois milhões que a partir de agora irão todos os meses para os bolsos dos privilegiados que serão chamados para cimentar as relações partidárias que o MDB está construindo para garantir uma aliança que tenha potência para disputar a eleição de 2022 para o governo do Estado? Nada. Ou melhor: um deboche. Além de malversar os recursos públicos da capital, ainda estão tendo a falta de pejo de tentar vender que há uma elevação de espírito e um desprendimento em ações que, no final das contas, apenas buscar esconder uma página triste de politicagem e escárnio que infelizmente está sendo escrita em Goiás. É tudo uma enorme enganação.