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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

07 jan

Conta de Maguito no Hospital Albert Einstein é milionária e pode chegar a R$ 6 milhões: dever ético de transparência indica que é preciso informar quem vai pagar e de onde virá essa pequena fortuna

Fontes médicas que têm assessorado este blog sobre o estado de saúde do prefeito licenciado de Goiânia Maguito Vilela e sua prolongada internação hospitalar estimam que o caríssimo e sofisticado tratamento a que ele está sendo submetido, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pode chegar a uma fatura de R$ 6 milhões de reais ou, não sendo exatamente isso, um valor igualmente exorbitante – que o filho Daniel Vilela, por um dever ético de transparência, já que o pai é um homem público, precisa informar de onde virá, se o fato de ser ex-senador dará a Maguito algum privilégio financeiro (senadores em exercício têm cobertura integral de gastos médicos, mas não se sabe se isso é estendido a ex-membros do Senado) e se ele tem esses recursos disponíveis ou se dependerá de empréstimos ou de doações de amigos e correligionários, ou, no final das contas, de onde sairão.

Circulam notícias a propósito de um preposto que teria sido designado pela família para levantar essa pequena fortuna necessária para cobrir as despesas com a internação no Albert Einstein. Seria o ex-secretário de Fazenda de Aparecida, nos dois mandatos de Maguito, Carlos Eduardo de Paula, economista e advogado, da confiança estrita do prefeito licenciado, responsável pelas suas finanças particulares – o que não deixa de ser estranho, presumindo-se que Maguito não é rico e não necessitaria de assessoria para cuidar do seu caixa. É de conhecimento geral que ele é unido a Flávia Teles, em cuja casa mora no Condomínio Alphaville. Flávia Teles tem cobertura. Se a internação gerar uma nota fiscal de alguns milhões, o que se imagina é que, para ela, seria uma parte mínima do patrimônio e dos haveres monetários de que dispõe.

Mas a questão não é exatamente essa. A questão é de transparência. Com todos os seus defeitos, o presidente Jair Bolsonaro deu um bom exemplo quando tomou uma facada e foi atendido no Hospital Albert Einstein, divulgando todos os dados a respeito. Por 17 dias de internação, foram pagos R$ 400 mil reais, excluídos os honorários dos médicos que o atenderam, que elevaram a conta para o dobro. Maguito está lá há mais de 70 dias, recebendo uma assistência muito mais especializada que a do presidente. O ECMO, equipamento a que esteve conectado para sobreviver à fase mais aguda do ataque do coronavírus, é um privilégio a que, mundialmente, poucos têm acesso. Sua utilização é cotada em dólar, envolvendo mais de uma dezena de profissionais médicos e biomédicos e dispositivos de tecnologia avançada. Quanto custou? Isso vai ser esclarecido ou vai continuar em uma zona cinzenta?

Sim, porque a doença de Maguito não é assunto privado ou exclusivamente familiar. Ele foi eleito prefeito de Goiânia em circunstâncias esdrúxulas, tendo sido escondida a sua incapacitação física para o cargo, depois de habilmente criado pelo MDB e pelo filho Daniel Vilela um clima de comoção em torno do seu padecimento sob o novo vírus. Para muitos, o que houve foi um estelionato eleitoral, em primeiro lugar, e em segundo uma inaceitável submissão dos interesses da coletividade da capital a uma estratégia de conquista do poder dos emedebistas e de Daniel. Os mesmos que, em nome de Maguito, estão se fartando com as burras municipais, a começar pela criação de mais de 300 cargos comissionados, com salários entre mais de R$ 12 e 8 mil reais, que este blog aposta, jamais teria a concordância do prefeito licenciado pelos antecedentes verificados nos cargos executivos que exerceu, sempre restritivos em termos de favorecimentos e distribuição de nomeações a torto e a direito.