Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

12 jan

Gravidade do quadro de saúde de Maguito é a mesma de sempre: apesar da ocultação de informações, desde que foi atacado pela Covid ele nunca melhorou e agora depende de um milagre

Só uma graça divina será capaz de livrar o prefeito licenciado de Goiânia Maguito Vilela de um desfecho letal para o padecimento que ele vive desde que, há quase três meses, foi acometido pela Covid e entrou em uma via-crúcis hospitalar em que nunca apresentou melhoras, apesar da insistente ocultação de informações sobre as suas condições de saúde – em alguns momentos através de uma vergonhosa manipulação pura e simples com o objetivo de faturar dividendos políticos e eleitorais.

Maguito está muito mal. Cuidado em qualquer outro hospital brasileiro que não o Albert Einstein, onde ganha uma assistência que poucos pacientes do novo coronavírus receberam no mundo, já teria sido levado a óbito, com um detalhe: dispor de recursos financeiros, nesse caso, é fundamental. Por isso, sem dinheiro para uma conta astronômica como a que está gerando em um estabelecimento médico considerado como o mais qualificado (e o mais caro) da América Latina, há muito que Maguito não estaria entre nós.

É duro, é triste, mas essa é a verdade. Costuma-se confundir a divulgação de notícias reais sobre o estado físico do prefeito licenciado com desumanidade ou falta de solidariedade. Não é bem assim. Ao contrário, esconder o que ele está passando, como foi e continua sendo feito, principalmente pelo seu filho Daniel Vilela, é que é perverso – ao gerar expectativas infundadas que atendem aos interesses do projeto de poder que Maguito representa, mas nunca, no futuro, ainda que se salve, poderá exercitar, cabendo a sua exploração aos que se beneficiam do seu drama, como o MDB e Daniel Vilela. Isso, sim, é que é condenável. Foi feito durante a campanha, continuou depois e esta semana mesmo voltou a acontecer, quando o filho deu declarações sem o menor fundamento alegando que a infecção pulmonar que agora sobreveio seria à base de bactérias tratáveis com antibióticos. Isso é falso e é por isso que a situação do enfermo entrou em uma fase de agudeza crítica. Bactérias de UTIs hospitalares, como as que se instalaram nos pulmões de Maguito, são superbactérias, resistentes a medicamentos. Atrás delas, penetraram os fungos, igualmente invencíveis. Duas infestações pesadas. Pior: fungos lesam muito. Ignoram drogas de combate e aproveitam-se da debilidade causada pelas bactérias, trabalhando em conjunto para consumir a vítima. Na sequência, complicações cardíacas, renais e circulatórias, nenhuma leve. Os fármacos vasoativos que está tomando destinam-se a manter o seu enfraquecido coração batendo. Em dosagens elevadas, segundo o último boletim oficial do Albert Einstein. Ficou muito difícil, mesmo para o guerreiro que ele nunca foi, mas que seus familiares e amigos seguem apregoando que ele é.

Ainda é possível um milagre. Sempre é. De antemão, o que se pode concluir com certeza é que Maguito, escapando, jamais recuperará a integridade necessária das suas faculdades físicas e orgânicas a ponto de assumir um cargo público espinhoso como o de prefeito de Goiânia. A essa altura, os danos que sofrreu, não mensuráveis por enquanto, são incontornáveis. O mandato, do início ao fim, será do vice Rogério Cruz, gostemos ou não dessa solução prevista desde a época do 1º turno. Competirá a ele, de alguma forma, provar que em algum momento poderemos vir a gostar.