Hospital Municipal de Aparecida, inaugurado sem estar pronto e daí para cá com problemas graves de estrutura, não tinha sustentação para receber doentes graves de Manaus
Se chover forte, na região do Hospital Municipal de Aparecida, UTIs são alagadas e leitos molhados. Considerado e exibido como a gema dourada da vitrine administrativa do prefeito Gustavo Mendanha, o estabelecimento, na verdade, está repleto de problemas graves e até hoje não consegue funcionar a contento, apesar da suposta parceria anunciada com o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Uma extensa matéria publicada pelo jornal O HOJE, nesta semana, conta uma história diferente (link aqui, procure pela página 9). Faltam remédios básicos, que precisam ser solicitados às famílias dos internados. Pacientes Covid-19 são misturados com outros que não têm a suspeita da doença. Enfermeiras denunciaram que não havia a menor condição de receber pacientes graves de Manaus, mas o prefeito Gustavo Mendanha insistiu em fazer média e autorizou o acolhimento de 14 – dos quais 3 três já morreram e mais quatro estão no mesmo rumo.
Administrado por uma organização social envolvida em repetidos escândalos policiais, afastada sumariamente da gestão de três outros hospitais do Estado, pode ser que seja o caso de uma intervenção no Hospital Municipal de Aparecida. Antes que coisas piores aconteçam. A chuva do último fim de semana inundou a UTI onde estava um dos amazonenses. A saúde em Aparecida é um caos. O secretário de Saúde, Alessandro Magalhães, que está condenado em 1º grau por desviar recursos do Hospital Araújo Jorge, tirou férias nos primeiros 20 dias de janeiro. A mulher do secretário de Fazenda, André Rosa, comandava um esquema de superfaturamento de exames, despachando dentro das próprias instalações do hospital. Ambos tiveram os gabinetes, na prefeitura, vasculhados por agentes policiais obedecendo a mandados judiciais. Todos, intimados para depor no inquérito, recusaram a responder às perguntas alegando o direito constitucional de não produzir provas contra si mesmos.
O diretor do Hospital é um médico conceituado, o dr. Júlio Resplande. Tudo o que existe e é feito dentro do HMP é terceirizado – enfermagem, UTIs, aparelhagem, medicamentos e exames. Virou indústria de fazer dinheiro. Um bom conselho para ele seria: sai daí, dr., o sr. não merece ser envolvido nos crimes que estão acontecendo aí dentro. É caso de polícia, que não pode deixar chamar à responsabilidade o prefeito Gustavo Mendanha. Já está passando da hora. E nada disso é de agora, já vem desde quando o prédio e as instalações foram inaugurados inconclusos pelo então prefeito Maguito Vilela. Começou errado. E piorou.