Mendanha vai de penetra a encontro de deputados com Bolsonaro, pena para conseguir uma foto e faz postagem dúbia nas redes sociais, sem se comprometer com apoio ao presidente

O presidente Jair Bolsonaro recebeu na manhã deste sábado, 19, os deputados federais Professor Alcides (Progressistas) e Magda Mofatto (PL) e mais os estaduais: Cláudio Meirelles (PTC, cujo novo nome é Agir), Major Araújo (UB, porém de saída), Zé Carapô (DC, partido que não garante a reeleição de ninguém), Paulo Cézar Martins (MDB, também de saída), Paulo Trabalho (UB, de saída), o suplente Max Menezes (MDB, possivelmente também cruzando a porta para fora), o presidente estadual do PL, Flávio Canedo e o senador Luiz do Carmo (sem partido, desesperado atrás de um milagre para permitir a sua recandidatura, que, desde já, tem chances iguais a zero).
De penetra, apareceu o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (sem partido). Sim, penetra. O encontro foi agendado pelos parlamentares, todos atrás de soluções partidárias, urgentemente, que permitam de alguma maneira facilitar as suas reeleições – a maioria em situação difícil, com o fim das coligações. Mendanha não queria ir e acabou convencido em razão do número razoável de deputados presentes, o que poderia ajudar a vender a ilusão de que a sua candidatura a governador está arrebanhando mais apoios. Claro, a possibilidade de registrar uma imagem com o presidente também foi atrativa, em especial para quem vive de fantasiar nas redes sociais, como ele.
Não se enganem, leitoras e leitoras. Muito pouco ou quase nada de concreto resultou desse fandango no Palácio do Planalto. Bolsonaro não tinha nada a perder, por isso recebeu a turma, de resto puxada por dois deputados federais e isso conta em Brasília. Filiação de Mendanha ao PL? Não. Quem resolve é o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, em conjunto com o senador Flávio Bolsonaro, designado coordenador do partido nos Estados, que não avança um milímetro em abrir as portas para quem quer que seja em Goiás em ouvir o deputado federal Major Vitor Hugo.
E isso tanto é verdade que o deputado federal Prof. Alcides saiu afirmando que ainda espera ver Mendanha no PP, partido que ele integra, mas no qual não tem nenhum poder, cabendo esse tipo de assunto exclusivamente ao arbítrio do presidente estadual em Goiás, Alexandre Baldy. Dos seis deputados estaduais que compareceram, podem apostar: no máximo um ou dois se filiarão ao PL, em razão das inevitáveis contas sobre o quociente eleitoral que todos estão fazendo neste momento, não só eles. Eles vão se espalhar por siglas onde enxergarem mais oportunidades.
Mendanha, como sempre, permaneceu sobre o muro: em uma postagem burocrática no seu perfil no Instagram, tentou se aproveitar das fotos ao lado de Bolsonaro, só que malandramente não disse aberta e objetivamente que vai apoiar a reeleição do presidente em Goiás. Não. Saiu pela tangente, prometendo que, se for eleito, vai trabalhar em conjunto com o governo federal, acusando o governador Ronaldo Caiado de não o fazer, o que é uma inverdade monumental – haja vistas a que todos os programas de Brasília tiveram continuidade no Estado nos últimos anos e até o Regime de Responsabilidade Fiscal, concedido por Bolsonaro a Goiás em sintonia com Caiado.
Vale lembrar aqui o título de uma peça de Shakespeare – Muito Barulho por Nada., aliás, uma comédia. É o que houve