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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

06 ago

Chapas majoritárias do PL, Patriota e PT são mambembes, não estadualizadas e de baixa representatividade política e social: não há como negar que a vantagem de Caiado é muito grande

Têm um quê de autodestruição as chapas lançadas pelo PL, Patriota e PT para disputar o governo de Goiás e a vaga disponível no Senado. Mal estruturadas do ponto de vista político e social, nem um pouco orgânicas, com nomes desconhecidos das eleitoras e dos eleitores e sem credibilidade para prometer uma gestão à altura da exigido pelo Estado, Major Vitor Hugo, Gustavo Mendanha e Wolmir Amado fracassaram escandalosamente na escalação dos seus times para enfrentar as urnas do próximo dia 2 de outubro.

Vamos começar pelos vices. Não poderiam ser piores, com todo respeito, claro, às possíveis virtudes individuais de cada um. Mas nenhum deles representa nada mais que a si próprios. Vitor Hugo arranjou uma pastora anônima da região do Entorno. Mendanha apelou a um cartucho já queimado, o ex-deputado federal Heuler Cruvinel, sob a alegação de buscar os preciosos votos da região sudoeste. Ocorre que, mediante esse mesmo raciocínio, Heuler Cruvinel foi vice de Daniel Vilela em 2018, quando, em Rio Verde, a sua cidade, Ronaldo Caiado ganhou com três vezes mais votos, na base de 62% a 22% dos sufrágios. Um fiasco, enfim. E Wolmir Amado, o mais incógnito desses três oposicionistas, recorreu a um advogado, Fernando Tibúrcio, que trabalhou no governo tampão de José Eliton e garante para a chapa do PT uma soma zero em matéria de conteúdo eleitoral e político.

A comparação desses vices com o de Caiado chega a ser constrangedora. Daniel Vilela, nesse ranking, é um gigante, pelo partido que levou para a coligação governista – o MDB, que tem a maior capilaridade em Goiás – e pelos seus predicados exclusivos, em especial a conjugação de experiência e juventude e a condição de herdeiro de Maguito Vilela. Mais ainda: Daniel é maior que Vitor Hugo, Mendanha e Wolmir juntos. Muito maior.

Quanto ao Senado, o desastre se repetiu com as soluções encontradas pelo trio oposicionista. Enquanto Caiado bancará uma troika afiada de bons e talentosos candidatos (Delegado Waldir, Alexandre Baldy e Vilmar Rocha) e ainda com o ex-governador Marconi Perillo correndo por fora, Vitor Hugo terá como companhia Wilder Morais, Mendanha carregará ou será carregado por João Campos e Wolmir viajará ao passado com Denise Carvalho. Se o critério da eleição fosse a coerência, o preparo e ainda por cima a afirmação da mulher em um mundo de adversidades, Denise estaria eleita, pelo seu brilho, trajetória e, como referenciou o Jornal Opção, consistência ideológica. Wilder e Campos não passam de bolsonaristas mal-acabados, sem a menor universalidade para falar com a população de Goiás e sem qualquer significado político e social além do atraso e da obscuridade.

A disputa senatorial, parece evidente, ficará entre os candidatos aliados a Caiado, especialmente Waldir e Baldy, e Marconi em voo solo. Não haverá votos, expressivos, pelo menos, para ninguém mais. Porém, não há dúvidas de que Vitor Hugo, Mendanha e Wolmir desprezaram – ou, o que parece provável, não tiveram como escapar à mediocridade dos quadros disponíveis nos seus partidos – a regra número um para se viabilizar em uma eleição majoritária, que é a qualidade obrigatória que as chapas que agora entregues à avaliação do eleitorado devem oferecer.