Major Vitor Hugo deveria parar de brigar com as pesquisas e passar a correr atrás de votos para evitar o vexame que se prenuncia para a sua candidatura
Major Vitor Hugo, o estranho no ninho quer resolveu se candidatar ao governo de Goiás sem nunca ter morado por um único dia no Estado, passou a semana brigando com a pesquisa Serpes/O Popular da noite do último domingo, que encontrou escassos 3,7% de intenções de voto para ele. A sua visão dos levantamentos eleitorais é extraordinariamente peculiar, para não dizer grotesca: no caso da disputa presidencial, já criticou os levantamentos do DataFolha, o mais credenciado instituto brasileiro, porque Bolsonaro não aparece em 1º lugar.
Ora, segundo os critérios do exótico militar que se travestiu de político, sem trazer o presidente na liderança nenhuma pesquisa tem credibilidade. Como o autocognominado “capitão do povo” não sai na frente em nenhuma, Vitor Hugo desclassifica todas. Da mesma forma, aplica o raciocínio em Goiás. A última pesquisa do Serpes, na qual alcançou um fiapo de intenções de voto, seria “‘mentirosa”, “desleal” e “manipulada”, palavras desrespeitosas a que apelou para tentar retirar a honestidade e a integridade de um instituto – o Serpes – que é referência quanto a qualidade e acerto e, de resto, é uma empresa goiana que se iguala às melhores do ramo do país.
O Serpes evidenciou que Vitor Hugo é uma ficção eleitoral em Goiás. Em julho, patinava em 3,1% das intenções de votos. Um mês depois, cresceu 0,6 décimos e passou para 3,7%. Em ambos os levantamentos, o Major é o equivalente a um fiasco. Seu índice mal daria para uma reeleição para a Câmara Federal (para a qual foi acidentalmente levado, em 2018, na garupa do Delegado Waldir). Para governador, é a prova de que a sua candidatura não passa de uma insensatez. Combinada com a eventual derrota do presidente Jair Bolsonaro, enterrará precocemente a sua carreira política.
Em vez de perder tempo esmurrando ponta de baioneta ao contestar e discordar de pesquisas que cometem o “crime” de deixar visível a sua falta de penetração entre as goianas e os goianos, Vitor Hugo poderia trabalhar para dar mais consistência para o seu nome, o que também não é fácil. Além de desconhecido e de não ter identidade com Goiás, carece de preparo para ser levado a sério. Na sabatina em O Popular, mostrou que não sabe nada da área de Saúde, quando respondeu que pretende investir na atenção básica e foi avisado pelos entrevistadores de que essa é uma atribuição constitucional dos municípios. Passou vergonha.