Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

09 set

Candidatura de Major Vitor Hugo, um estranho no ninho entre as goianas e os goianos, não é de oposição a Caiado, mas, sim, a toda a classe política e talvez ao Estado

Isso não acontece todo dia: alguém 100% estranho a uma sociedade se candidatar a seu dirigente máximo, exatamente como faz Major Vitor Hugo ao propor o seu nome para o governo de Goiás mesmo sem ter conhecimento algum sobre a realidade de um Estado por onde ele nunca circulou e a que jamais ofereceu alguma contribuição a não ser encaminhar verbas suspeitas do orçamento secreto para pequenas obras nos municípios.

É muito pouco. Pelos discursos, pelas entrevistas e pelas postagens nas redes sociais, enxerga-se com facilidade: o Major não tem noção dos desafios colocados no presente e, especialmente, para o futuro das goianas e dos goianos. O seu discurso não vai além do xingatório contra o governador Ronaldo Caiado e da devoção ao seu ídolo Jair Bolsonaro. Repita-se: é muito pouco. Não há essência, conteúdo, perspicácia. Vitor Hugo, nas sabatinas a que tem se submetido, não consegue ir adiante dos chavões e clichês demagógicos que poderiam até passar de vez em quando pelo seu falatório como candidato da oposição, mas acabam ocupando o foco central da sua frágil artilharia verbal. Mesmo na crítica a Caiado e na paixão bolsonarista, é vazio, carece de inteligência e apenas confirma a falta de preparo para um cargo tão elevado e importante quanto o que almeja contra tudo e contra todos.

Vitor Hugo é oposição a todas as lideranças políticas do Estado e não somente a Caiado. Talvez se possa dizer que é oposição a Goiás. Sua chapa tem uma pastora anônima na vaga de vice e um milionário destrambelhado como aspirante ao Senado pelo qual já passou sem ter tido um único voto, depois de assumir como primeiro suplente depois da cassação de Demóstenes Torres. Wilder Morais estacionou lá, na mais alta Câmara Legislativa do país por mais de sete anos e o qual balanço? Uma folha em branco. A quê ou para quê ser serviu o seu mandato? A ninguém. Nem a ele próprio, dado ao encolhimento que vive nas pesquisas. Enquanto isso, os candidatos a deputado federal e estadual do PL correm do Major como o diabo da cruz. Por baixo do pano, um e outro apoiam Caiado, Gustavo Mendanha ou cuidam da própria vida, deixando ao largo a eleição governamental.

Como os demais 4,8 milhões de eleitoras e eleitores inscritos estadualmente, o autor deste blog não conhece Vitor Hugo, a não ser pelas estrepolias e vexames como o fracassado líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, função em que acumulou vexames em cascata até ser encostado. Uma coisa certa: para governar Goiás, não tem a menor habilitação e isso é agravado pela sua afinidade pessoal e ideológica com o presidente, que artificialmente lhe valeu a candidatura a governador, imposta ao PL goela abaixo. Ele é a cara do retrocesso político para o Estado. Felizmente, será curetado e eliminado já na noite do dia 2 de outubro, quando as urnas eletrônicas vão cantar os resultados… e, podem apostar, amargos para o Major.