Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

14 set

Reta final para a eleição está começando, com multiplicidade de pesquisas e cenário se embaralhando na tentativa dos candidatos que estão atrás de criar perspectivas de vitória. Não funciona

Leitoras e leitores: começou a reta final para as eleições, mesmo porque daqui até lá serão pouco mais de 15 dias ou praticamente duas semanas, tempo ínfimo e escasso para qualquer mudança nas disputas que realmente interessam, como a presidencial, em termos de país, e a para o governo do Estado, localmente falando. Uma das características desse cenário de desenlace é uma certa confusão no quadro geral de possibilidades: por um lado, multiplicam-se as pesquisas de todos os matizes de credibilidade, enquanto, por outro, de fato a situação real dos candidatos vai ficando cada vez mais difícil de apurar, com a elevação da temperatura.

Uma particularidade precisa ser repisada: pesquisas não influenciam o eleitorado. Acendem a militância e absorvem todo o tempo dos comentaristas dos meios de comunicação, porém são inócuas como fator de decisão na hora das urnas. Segundo a crença geral, cada candidato providencia as suas, favoráveis, claro. Nesse particular, não adianta explicar que o DataFolha e o Serpes são diferenciados e merecem 100% de respeito e credibilidade. A visão conspiratória prevalece e cada qual tem a convicção de que, no frigir dos ovos, todos os levantamentos são manipulados a serviço dos postulantes.

Em meio a esse cipoal, contudo, ressalte-se a existência de fatos incontornáveis, pelo menos para quem é inteligente e tem discernimento. Um exemplo: Bolsonaro jamais ultrapassará Lula. No máximo, arranjará um 2º turno, quando as suas chances de perder continuarão maiores que as de ganhar. Mais um: o governador Ronaldo Caiado busca a reeleição sem adversários à sua altura e caminha para liquidar a fatura confortavelmente no 1º turno. Tanto em um quanto em outro caso, são situações irreversíveis. É tarde demais para transformações nesses prognósticos.

Sim: em Goiás, a corrida pelo Senado está em aberto. É uma constatação inescapável. Por ora, não há segurança para prever um resultado. Isso eriça a campanha do ex-governador Marconi Perillo, que começou sonhando com uma disparada tranquila à frente dos concorrentes. Não aconteceu. Marconi e Delegado Waldir estão embolados. Daqui até o dia da votação é conferir quem mostrará competência, porque esse é um páreo a ser resolvido no braço – e os de Waldir, sob o embalo da amplitude da base governistas, são mais compridos. Vai depender, em muito, da capacidade de trabalho e da destreza e engenhosidade a ser mostradas por esse e aquele. Certeza: o pau vai cantar no lombo do ex-governador. E uma coisa é certa, o papo furado do tal “legado” já derrotou Marconi em 2018 e é tão deletério que pode repetir a dose. Ainda assim, ele continua falando nessa besteira. Afinal, quem tem obrigação de sufragar o tucano como retribuição pelo saldo dos 16 anos em que governou o Estado? Ninguém, porque voto é investimento no futuro, não pagamento pelo que foi feito no passado, como ensina o misto de sociólogo e marqueteiro Antônio Lavareda. E o eleitorado sabe disso.