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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

17 set

Eleição de Caiado será talvez a mais consagradora do país e potencializará uma candidatura a presidente, mas de toda forma recompensará o político mais diferenciado e correto que já se viu no Brasil

No início da gestão do governador Ronaldo Caiado, em 2019, ouvi do deputado José Nelto uma avaliação: “Zé, o Caiado é diferente. É sério e não faz concessões. Representa uma mudança do paradigma a que Goiás estava acostumado com Iris Rezende, Maguito Vilela e Marconi Perillo. É outra história começando com ele, agora”, me disse Nelto. (E também me relatou um encontro com o presidente Jair Bolsonaro, na época, contando que, entre três e quatro palavras ditas, brotavam palavrões do mais baixo calão, impossibilitando qualquer conversa minimamente significativa ou produtiva).

Nunca houve um governante do Estado como Caiado. Não é exagero. Todos, até hoje, desde a redemocratização de 1982, mostraram em alguns momentos falhas no devido rigor na condução dos negócios públicos em Goiás. E mais acentuadamente ainda na questão política. Dizia-se, antigamente: algum jogo de cintura é necessário. Com Caiado, não. Não à toa, o governador costuma repetir não fazer política por debaixo do pano. É verdade. Todos os seus antecessores fizeram – e nem por isso devem ser condenados, já que se trata de uma inevitabilidade do ramo. Mas… Caiado não faz.

O governador introduziu em Goiás um modo superior para marcar o comportamento de quem recebeu do eleitorado a delegação, em 2018, em 1º turno ressalte-se, para conduzir o Estado. Não se afastou da linha do tempo da sua vida pessoal e política, de cabo a rabo pontuada pela rigidez no combate à corrupção e pela imaculada postura moral. Goste-se dele ou não, ninguém nega que se mantém acima de conveniências e oportunismos políticos e partidários. É reto. É ético. Mesmo se houver prejuízos e perder votos. Quem é assim? Em Goiás, ninguém. Por isso jornalistas e analistas políticos têm dificuldades para avaliar a sua conduta, acostumados aos modelos tradicionalistas e distendidos de Iris, Maguito e Marconi. Por tudo isso, Caiado é único.

Falei até aqui em termos estaduais. Mas vamos lá: nacionalmente, quem é assim? Não é possível citar ninguém. Façam um esforço aí, leitoras e leitores. Não há. O padrão de Caiado é tão singular que se torna difícil encontrar semelhanças em outros políticos, em qualquer parte. Até mesmo a sua firmeza e em certos momentos a dureza. Seus adversários nesta eleição tentaram atacar essa característica como falta de sensibilidade humana. Esqueceram-se de que a população identifica esse jeito de ser como o de um executivo que decide e resolve, enfrentando desafios jamais solucionados e conseguindo superá-los, como na segurança pública. Há paz social no Estado. Não existia, antes. Imaginava-se que se tratava da consequência inescapável de uma sociedade eivada de desequilíbrios sociais. Com mão firme, Caiado acabou com a bandidagem e com a violência, reduzindo todos os índices de criminalidade a números inexpressivos.

A reeleição é um merecimento. Mas são as goianas e os goianos que vão ganhar. Não por acaso, as pesquisas de credibilidade como as do instituto Serpes apontam um inédito percentual de 65% de votos válidos consagrador para o governador, capaz também de transformá-lo em foco de todas as especulações quanto a disputa presidencial de 2026. Não é esse o objetivo dele. “Diferenciado”, disse o deputado José Nelto. E, assim, o que vai fazer nos próximos anos não é campanha para o Palácio do Planalto, mas será concentrar-se com clareza e objetividade na missão que receberá das urnas no dia 2 de outubro: governar Goiás, com atenção total. É isso que importa.