Ataque hacker que paralisou a Organização Jaime Câmara é um dos mais sofisticados do mundo e praticamente só tem uma solução: pagar o resgate para recuperar o banco de dados e voltar a funcionar
O ataque hacker que utilizou um ransomware e sequestrou o banco de dados dos sistemas de informática do grupo Jaime Câmara é um dos mais sofisticados do mundo e praticamente não tem como ser contornado, a não ser através do pagamento do resgate – que seria de R$ 1 milhão de reais.
Vejam o que é um ransomware, segundo a Wikipédia: “Um tipo de malware de sequestro de dados, feito por meio de criptografia, que usa como refém arquivos pessoais da própria vítima e cobra resgate (ransom) para restabelecer o acesso a estes arquivos. O resgate é cobrado em criptomoedas, que, na prática, o torna quase impossível de se rastrear o criminoso. Uma vez que o sistema esteja infectado, o ransomware irá criptografar, em segundo plano, dados sensíveis do usuário. Assim que concluído o processo, emitirá um aviso em tela informando sobre o bloqueio. Em seguida, um valor será exigido para obter uma chave a fim de restabelecer acesso aos arquivos criptografados. Caso não ocorra o pagamento, os mesmos arquivos podem ser perdidos e até mesmo publicados. De acordo com um relatório da Cisco, essa técnica domina o mercado de ameaças digitais e se tornou o padrão de malware mais rentável da história”.
Portanto, é de se admirar que uma empresa de tamanho porte não tivesse proteção contra essa pirataria. Bastaria a criação de um sistema paralelo ou de um espelho, como fazem corporações de peso como a própria Rede Globo ou bancos ou até companhias menores.
O ransomware é o pesadelo das equipes de Tecnologia da Informação, pelo planeta afora. O que agrava o problema é a possibilidade, ainda não admitida pelos Câmara, de que tenham sido levados os cadastros dos clientes. Milhares de assinantes de O Popular podem ter tido roubadas suas informações de cartão de crédito ou conta bancária, com implicações graves para o futuro. Em nota, eles garantiram que “todos os dados de clientes e usuários são protegidos por criptografia e, portanto, não há risco de vazamento. O dano do ataque é limitado à restrição do acesso aos nossos sistemas”.
Com exatidão, ninguém sabe exatamente o que aconteceu, dada a magnitude da investida, que tirou e mantém fora do ar há dias todas as unidades da Organização Jaime Câmara, menos o portal G1 e a Televisão Anhanguera, que se lastreiam em softwares bancados pela Rede Globo e passaram imunes pelo desastre. A transparência pela qual os jornalistas de O Popular vivem clamando vale para os outros, não para eles próprios.