Wolmir Amado passa à História como o pior candidato já lançado pelo PT em Goiás, com uma votação pífia e até mesmo inferior à de Sylvie Alves para a Câmara Federal

Com uma campanha despersonalizada e desfibrada, ancorada unicamente na fracassada tentativa de produzir uma interferência do ex-presidente Lula em Goiás, o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica Wolmir Amado acabou se constituindo em um dos maiores fiascos eleitorais de todos os tempos no Estado, resultando, ao final, em uma votação pífia – inferior à da apresentadora Sylvie Alves para a Câmara Federal.
Sylvie Alves alcançou 254.653 votos. Um portento, ao unir com acerto e inteligência a visibilidade como âncora de telejornal da TV Record com a correta apropriação da bandeira de emancipação e defesa das mulheres. Nota 10. Wolmir faturou 243.561 votos pouco mais de 11 mil a menos, fruto de uma campanha sem conteúdo, insalubre e sem presença junto ao eleitorado. Nota zero.
Em 2018, Katia Maria representou o PT goiano com mais brilho: conquistou 271.807 votos, mais que Wolmir mesmo diante de um eleitorado hoje quase 10% maior. Uma diferença a observar: ela teve destaque nos debates de então entre os candidatos a governador, saindo-se bem, ao contrário do ocorrido agora, com o professor petista protagonizando um vexame no único confronto com participação de todos os postulantes, o promovido pela Rede Globo/TV Anhanguera a cinco dias da data das urnas.
Wolmir falhou: não cumpriu o papel inerente um chamado “candidato de consciência”, ou seja, participar de um pleito sabendo-se sem chance alguma de vencer, mas atendendo heroicamente ao objetivo de defender ideias e valores não dominantes cuja difusão possa oferecer uma contribuição para a sociedade. Resolveu, na bruta, adotar uma atitude agressiva e deseducada contra o governador Ronaldo Caiado, um católico praticante, o que incomodou a cúpula da igreja em Goiás pela inconveniência dos ataques desrespeitosos a um aliado. Caiado é um combatente da fé, frequentador assíduo de missas e romarias, cristão do pé rachado. Aliás, dentre todos os candidatos, foi o único a visitar o arcebispo de Goiânia Dom João Justino antes de começar a campanha, quando, acompanhado de Daniel Vilela, recebeu uma bênção canônica. Empregado da Arquidiocese via PUC, Wolmir não fez isso.
Não por acaso, portanto, o boletim final do TRE em Goiás foi melancólico para o representante do PT. Mais ainda porque não conseguiu sequer ajudar no esforço da campanha presidencial petista, derrotada estadualmente por Jair Bolsonaro com uma superioridade de quase 500 mil sufrágios. Wolmir não transformou em votos o apoio que recebeu de Lula e não devolveu nada para Lula em termos de votos. Ficará no máximo como uma discreta e apagada nota de pé de página no livro das eleições deste ano.