Com uma semana a menos para o 2º turno, nenhum dos eleitos em Goiás fez nada por Lula ou por Bolsonaro, a não ser declarações de apoio e, nesse sentido, a única que tem peso é a de Caiado
A data do 2º turno, 30 de outubro, vem aí. Uma semana praticamente já se foi. Em Goiás, viram-se reuniões, poucas, promovidas por deputados recém-eleitos, por candidatos derrotados como Gustavo Mendanha e Major Vitor Hugo e pelo senador fortuitamente vitorioso Wilder Morais. Mas só isso e nada mais: reuniões. Conversa fiada. Trololó. Nenhum voto a mais sai daí, mesmo porque são nomes de representatividade localizada, sem carregar sequer o poder de atrair automaticamente para cá ou para lá os sufrágios que receberam, apenas fingindo presença. Qualquer um só faria diferença arregaçando as mangas e trabalhando duro, coisa que nenhum sinalizou até agora, a não ser no falatório (vejam só, não é piada: um deles, Mendanha, até saiu de férias com a família para descansar).
Na base de Lula em Goiás, repeteco. Algum barulho, mas, de concreto, nada. Sumiram todos. Não existe viva alma gastando a sola de sapato ou a saliva para eleger o ex-presidente. E assim vai ser até o fim. Isso é muito comum em Estados onde o 1º turno liquidou a fatura. A desmobilização é geral. Os eleitos já conquistaram o mandatos perseguidos. Os derrotados mergulharam na amargura do insucesso. Ninguém vai suar a camisa, mas todos produzirão fotos e postagens nas redes sociais para vender a ilusão de que estão na luta pelos seus candidatos presidenciais, na esperança de ganhos futuros.
Onde o governador Ronaldo Caiado entra nessa estória? Simples: de todos, ele é quem detém a maior liderança em termos estaduais e em consequência uma enorme capacidade para influenciar votos. Além disso, a sua base popular é imensa. Para ganhar no 1º turno, recebeu votos de todos os espectros ideológicos, políticos e sociais, ao contrário, por exemplo, de Wilder Morais, que arranjou um mandato no Senado com a menor votação da história de Goiás (com pouco de um terço do volume de Caiado) e irá se assentar na mais alta Câmara Legislativa do país com um nível baixíssimo de legitimidade.
Logo, uma palavra, um gesto, um movimento de Caiado terá mais importância que tudo o que a súcia bolsonarista ou a legião petista fizer em Goiás – e, até agora, ambas estão fazendo pouco. E é fácil apostar que não conseguirão ir além, dada a inépcia e a incapacidade do bolsonarismo goiano, assim como são incompetentes as estrelinhas da esquerda estadual que se elegeram (e as que não). Uma semana se passou e não se vê uma iniciativa, uma ideia, uma ação inteligente ou capaz de se refletir nas urnas que estão se aproximando. E provavelmente não e verá, afora uma caminhada ou uma carreata para produzir imagens para as redes sociais.