A duras penas, políticos goianos aprendem a respeitar as mulheres
Depois que a Câmara Municipal de Goiânia teve a sua composição modificada, com a cassação de uma bancada de dois vereadores por conta do não cumprimento da cota feminina de candidaturas, em 2020, os políticos estaduais estão amargamente aprendendo sobre a importância da participação das mulheres nas eleições.
Agora é a vez da Assembleia Legislativa. Dois partidos, o PL e a Federação PSDB/Cidadania, descuidaram da montagem das suas chapas nas eleições deste ano e não obedeceram as regras legais que definem as cotas obrigatórias de gênero. Fizeram lambança. Resultado: a punição, duríssima, vem aí. Deputados da oposição, como Major Araújo, Paulo Cézar Martins e Delegado Eduardo Prado, todos do PL, correm um risco elevado de perda dos seus mandatos. Outros oposicionistas, como Gustavo Sebba e José Machado, os dois do PSDB, estão sob a mesma ameaça.
Os três deputados do PL são favas contadas. Os dois do PSDB ainda têm alguma chance.
O afastamento desses parlamentares mudará parte do painel de eleitos. Cristóvão Tormin, o assediador de Luziânia, do Patriota, ironicamente perderá a sua cadeira com a recontagem dos votos provocada pelo desprezo dos políticos em relação às mulheres.