A diferença entre Aécio e Marconi: tutano
Reeleito deputado federal, depois de liderar as pesquisas para o Senado em Minas Gerais, porém optar pela segurança da candidatura à Câmara, Aécio Neves está se consolidando cada vez mais como o herdeiro do PSDB nacional. O partido, numericamente, saiu muito avariado do último pleito. Aécio discorda.
Em uma entrevista de página inteira à Folha de S. Paulo, o mais importante jornal do país, ele diz que os tucanos carregam um simbolismo bem maior que o seu pequeno quantitativo de parlamentares e governadores. Lembra momentos quando, com apenas 30 deputados federais, o PSDB brilhava no cenário nacional e mantinha a polarização com o PT. E enxerga a legenda pronta para voltar a ocupar o espaço de centro na política brasileira, mesmo com bancadas reduzidas e poucos Estados nas mãos, diante do inegável potencial e importância da sigla.
Aécio Neves tem o tutano ausente no seu colega de Goiás, Marconi Perillo. Antes da eleição, advertiu Marconi quanto aos riscos de concorrer ao Senado, uma disputa majoritária que potencializa rejeições com facilidade. Se tivesse ouvido, o tucano goiano seria o protagonista da próxima entrevista da Folha confortavelmente montado no seu mandato na Câmara e no seu currículo. Derrotado, foi jogado nas franjas da história.
Em tempo: tutano, segundo o dicionário, significa metaforicamente força, inteligência, capacidade, visão.